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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Rede Globo planeja exibir versão picante de séries na internet

A Rede Globo planeja exibir apenas na internet versões violentas e com alto teor sexual de suas séries. De acordo com Erick Brêtas, diretor de mídias digitais da emissora, já existem conversas sobre a viabilidade de se mostrarem na plataforma de vídeos Globo Play cenas que não podem ir ao ar na TV aberta, por causa da classificação indicativa.
"Há a possibilidade de um primeiro corte do diretor para se mostrar no Globo Play e de um segundo corte para a TV aberta", diz. "A plataforma dá maior liberdade para o criador. Acho que a gente vai ver nos próximos anos uma experimentação muito grande de nossos autores", avalia.
A Globo também estuda exibir antes na internet capítulos de novelas, como já faz com séries - "Supermax", por exemplo, teve os 11 primeiros episódios distribuídos no Globo Play antes de a produção estrear na TV aberta. "Estamos avaliando, pensando nisso, mas não há nada por enquanto. Não é um tabu [abrir novelas antes na web]", afirma Amauri Soares, diretor de programação.
A emissora, no entanto, avalia que a exibição antecipada de novelas não é tão apropriada quanto a de séries. É um complicador o fato de novelas terem produções diárias e, muitas vezes, os capítulos ficam prontos no mesmo dia de transmissão na TV aberta.
Segundo Soares, a Globo também não descarta oferecer filmes em seu aplicativo, o que tornaria a plataforma de OTT (over the top) muito parecida com a Netflix. Mas esse assunto tem merecido "uma discussão mais ampla". É que o grupo já tem a rede de canais Telecine, que oferece longas-metragens em sua plataforma de video on demand. O Telecine, a propósito, deve abrir uma loja de locação virtual de filmes recém lançados nos cinemas.

Primeiro aniversário

Lançado há um ano, o Globo Play ganhou relevância rapidamente no mercado. Televisores das marcas Samsung, Philips, LG, Sony e Panasonic já trazem o aplicativo. Em breve, a Semp TCL lançará uma linha de aparelhos em que o controle remoto terá uma tecla que dará acesso direto ao Globo Play.
Ontem (9), a emissora anunciou a jornalistas em São Paulo um balanço do primeiro ano da plataforma. Foram entregues 6,3 bilhões de minutos de conteúdo, ou 12 mil anos de programas em tempo real/ao vivo ou em video on demand. O serviço foi acessado pelo menos uma vez por 67 milhões de usuários, e a média mensal chegou a 14,7 milhões de telespectadores em agosto, durante a Olimpíada do Rio de Janeiro.
Os programas mais vistos foram, nesta ordem: "Totalmente Demais", "Eta Mundo Bom", "Velho Chico", "Haja Coração" e "A Regra do Jogo".
Com o Globo Play, o consumo de conteúdo da Globo na internet subiu 108% de janeiro a outubro deste ano em comparação com os mesmos meses de 2015. Ao mesmo tempo, a audiência da Globo no sinal aberto cresceu 13% no Ibope nacional.
"Isso sepulta de vez a questão da canibalização", comemora Brêtas. "Se houvesse qualquer vestígio de canibalização, eu seria o primeiro a me voltar contra", diz Soares, responsável pela grade da Globo - aberta e virtual.
Mais do que não roubar audiência da TV, o serviço online a impulsiona. Para Soares, a plataforma de vídeos "é uma ferramenta extraordinária de conexão com conteúdos" e alavanca audiência da TV aberta. Conteúdos exibidos antes na web, como as séries "Justiça" e "Nada Será como Antes", permitem eventuais ajustes na TV aberta. No caso de "Supermax", geram um burburinho benéfico.
"A gente tem certeza de que o Globo Play ajudou a consolidar a audiência de Supermax. É um gênero novo, o terror, e público de TV aberta não está acostumado. No Globo Play, Supermax foi campeão de buzz [barulho] e trouxe um público novo para a televisão", afirma Soares.
O lançamento antecipado de séries no Globo Play foi tão bem sucedido, na avaliação dos executivos da emissora, que virou "uma filosofia". Nas primeiras semanas de 2017, quatro produtos terão esse tratamento: as minisséries "Aldo" (derivada do filme), "Dois Irmãos", "Cidade dos Homens" e a série "Brasil a Bordo".







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