O processo já existe desde novembro de 2015, e às vésperas da primeira audiência, em julho, ela passou mal de tanto nervoso por ter de enfrentar seus inimigos. A próxima audiência é nesta sexta (25), e Flavia já se prepara psicologicamente para evitar mais transtornos.
Flavia trabalhou na Rede Brasil como apresentadora do programa "Circuito Society" durante cinco anos. Ela afirma que também atuava como diretora e produtora do canal, por um salário de R$ 2.200 que não era pago em dia.
Além disso, alega que ficou três anos sem ser registrada e não recebia direitos como 13º salário e férias. Por isso, decidiu entrar na Justiça contra Russomano, Marcos Tolentino (sócio do deputado e dono da Rede Brasil), o próprio canal e um escritório de advocacia para receber o que acredita que lhe devem: uma indenização de R$ 2 milhões.
"Me disseram: 'Para continuar com seu programa no ar, você terá que pagar R$ 15 mil'. Foi muito difícil. Me vi compelida a pedir demissão. Fui parar no hospital com 18 de pressão, fiquei louca. Fiquei muito mal, eles agiram de má fé mesmo", conta.
Flavia, 51 anos, passou por RedeTV!, Gazeta, Bandeirantes e Record antes de ir para a Rede Brasil, em 2010. Ela foi indicada no canal por Russomanno, 60, então presidente do conselho da emissora. Na época, os dois tinham uma relação amigável.
"Tenho uma matéria [guardada] sobre o primeiro dia do meu programa, em que ele [Russomanno] fala: "A Rede Brasil acerta em apostar em você, eu estou apostando em você'. [Na época da demissão] Falei: 'Celso, pelo amor de Deus, não faz isso comigo. Se você não me deixar com esse programa no ar, vou entrar com uma ação contra a Rede Brasil'. E ele me escreveu assim: 'Depois de tudo que eu fiz para você, você vai entrar com uma ação contra mim?'. Como ele fala que [o canal] não é dele? Celso tirou de mim o que mais amo fazer na minha vida", lamenta.
Evê Sobral, diretor artístico, de programação e comunicação da Rede Brasil, considera que o processo de Flavia é "uma ação trabalhista como outra qualquer" e nega a participação direta de Celso Russomanno nas atrações do canal.
"O Celso é sócio do dono da Rede Brasil, Marcos Tolentino, em outros negócios. Se você entrar na emissora a qualquer hora, não vai ver o Celso. Aqui na Rede não existe nada no nome dele. Marcos gosta de tê-lo no conselho, e, exceto por algumas reuniões, nunca o vi aqui. É um cargo emérito, não remunerado, e hoje o conselho nem tem atuado tanto", justifica.
Por meio de sua assessoria de imprensa, Russomanno afirma que foi presidente do conselho da Rede Brasil apenas no período em que estava sem mandato político. Desde 2014, quando foi eleito deputado federal, não exerce mais o cargo.
Está marcada para a próxima sexta-feira (25) a terceira audiência do processo de Flavia. Nas duas primeiras, Russomanno não compareceu. Por ser deputado federal, o ex-candidato a prefeito de São Paulo tem foro privilegiado e pode faltar a compromissos judiciais.
"Celso fala que tem não sei o que em Brasília... O processo não pode se arrastar por mais de três anos e meio. Agora, se eles não forem [no dia 25], o advogado vai pedir adiamento com multa", explica. Celso Russomanno afirma que "não tem ligação trabalhista com Flavia Feola". Ele não informa se irá à audiência em questão.
Para se sentir mais forte, Flavia conseguiu sete testemunhas a seu favor para depor no processo, entre elas ex-funcionários da Rede Brasil. Hoje, ela trabalha como relações-públicas de uma clínica estética e afirma que seguirá com a ação até obter os resultados que procura. "Ele [Russomanno] sabe que eu sou nervosa, sou taurina. Vou até o fim".
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