O pacote de lançamentos de autores é uma questão de sobrevivência para a telenovela, que hoje sofre para se manter na casa dos 30 pontos do Ibope, mas ainda se mantém como um dos produtos mais atraentes para os anunciantes. "Sem novos talentos exercendo o ofício de escrever, o gênero telenovela fatalmente estará com os seus dias contados", reconhece em entrevista exclusiva (leia entrevista completa) Silvio de Abreu (foto), diretor de Teledramaturgia Diária da Globo, novelista conhecido por lançar outros profissionais _entre eles João Emanuel Carneiro, Carlos Lombardi e Elizabeth Jhin
A temporada de lançamentos começa em setembro, com Sol Nascente. A novela das seis será assinada pelo veterano Walther Negrão e pelo novato Julio Fischer. Em seguida, em outubro, será a vez de Maria Helena Nascimento, colaboradora desde 1994 (Pátria Minha), a estrear como autora. Ela escreverá Rock Story (ex-Sonha Comigo), em que Vladimir Brichta dará vida a um roqueiro em decadência e Rafael Vitti encarnará um cantor pop em ascensão.
No ano que vem, Alessandro Marson e Thereza Falcão, colaboradores de João Emanuel Carneiro em A Regra do Jogo, vão escrever Novo Mundo, uma trama de época para a faixa das 18h. No mesmo horário, chegarão Angela Chaves e Alessandra Poggi, com Em Nome do Amor; e Bia Correa do Lago, em parceria com Alcides Nogueira, com Amor e Morte. Na faixa das 19h30, além de Maria Helena Nascimento, serão lançados Claudia Souto, com Pega Ladrão; Paula Amaral (em parceria com Izabel de Oliveira), com Anos Incríveis; e Guilherme Vasconcelos, em coautoria com Antonio Calmon, com Barba Azul.
Silvio de Abreu diz que "não existe uma fórmula" para saber quando um autor está pronto para ser lançado. Para quem está na fila, é um momento de grande tensão. "A ansiedade faz parte, nem tento lutar contra ela", diz Maria Helena Nascimento, que, a menos de seis meses da estreia, toma "um monte de vitaminas" e tenta "dormir o suficiente e continuar nadando".
Prestes a colocar no ar sua segunda novela, Haja Coração, Daniel Ortiz conta que a tensão para escrever Alto Astral começou em 2011, quase quatro anos antes da estreia. "Quando o Silvio [de Abreu] me convidou pra fazer Alto Astral, foi na festa de encerramento de Passione. Na época, a novela ainda ia se chamar Buu. No dia seguinte eu saí de férias pro exterior. Quem disse que eu consegui descansar? Passei as férias todas pensando naquilo, na responsabilidade, que não queria decepcionar o Silvio etc", lembra. Sobre Haja Coração, Ortiz já tem uma certeza: vai ganhar alguns quilos. "Eu tenho o infeliz costume de engordar durante as novelas. Você fica muito tempo sentado, sem fazer exercício físico", revela.
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