Mulheres sensuais, ricos exagerados e cafonas, famílias
complicadas e muito romantismo são os ingredientes que o autor Daniel
Ortiz está misturando para manter o público com a TV ligada na Rede Globo na
faixa das 19h30m. O humor de "Haja Coração", que a partir de hoje (31)
assume o horário de "Totalmente Demais", tem um tom pastelão, com rivais
trocando socos ou jogando comida na cara do outro. Os personagens têm
pavio curto, não engolem desaforos.
O autor reconhece que o desafio de substituir uma trama
que se tornou um fenômeno de audiência é grande. "Acredito que com uma
boa história, moderna e divertida, você atrai o público. Totalmente
Demais tem méritos fantásticos, mas acho que o sucesso no horário
independe de ter jovens ou não na trama. Em Alto Astral [2014, sua
última novela], os protagonistas tinham trinta e poucos anos, não eram
tão novinhos, mas o romance deles conquistou todo mundo", diz Ortiz.
O autor diz acreditar que a grande maioria do público não
se lembra de "Sassaricando", novela de Silvio de Abreu exibida em 1987. A
comparação pode acontecer, mas em duas semanas vão se acostumar com esse
novo folhetim, arrisca. Ele aposta que a maioria só lembra de Tancinha
(Claudia Raia), que teve muitas cenas reprisadas no "Vídeo Show". Mas
revela que Tancinha foi rejeitada no início de Sassaricando e que
chegaram a pensar em mudar a personagem. "O Silvio [de Abreu] pediu para
aguardarem um mês, e foi o tempo certo para o público se apaixonar por
ela", conta.
"Haja Coração" é uma releitura, livre, com novos personagens
e outras tramas, do sucesso dos anos 1980. "Sassaricando me marcou
muito e foi a principal referência para eu virar escritor. Peguei essa
novela que eu tanto gosto e transformei na minha novela. Quem era vilão
virou mocinho e vice-versa", resume.
"Haja Coração" se passa em São Paulo, tem feira todo dia porque a família
de Tancinha (foto acima de Mariana Ximenes) é de feirantes e passeia por lugares luxuosos da cidade, já
que o núcleo dos Abdalla adora requinte e glamour. A direção artística é
de Fred Mayrink.
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