"A lei presume a violência quando um maior de idade se relaciona com uma criança ou adolescente menor de 14 anos”, explicou a delegada, que atua no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria).
A jovem foi localizada pelas investigações e esteve na delegacia. "Essa vítima veio até a delegacia e confirmou o relato e as denúncias. Ela confirmou que se relacionou com ele quando ainda tinha 13 anos de idade, que ele forneceu bebida alcoólica para ela, que caracteriza outro crime", afirmou Daniela Andrade. O "relacionamento" teria durado três anos, e a investigação contou com diligências no interior do estado.
O G1 tenta contato com o advogado de Laércio, Ronaldo Manoel Santiago. Até as 12h, o ex-"BBB" ainda não havia prestado depoimento.
Investigação
A adolescente e o ex-"BBB" se conheceram em um evento público em Curitiba e, conforme a investigação, ele começou a mandar mensagens para a garota. A família dela não tinha conhecimento do que ocorria até o momento em que a polícia procurou a vítima.
Segundo a delegada, a partir do momento em que Laércio apareceu no reality show, surgiram diversas denúncias contra ele. A investigação foi solicitada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Durante o programa, o ex-"BBB" afirmou que gostava de se relacionar com meninas mais novas. "Só aparecem novinhas mesmo, tipo 17, 18, 20", disse Moura em 21 de janeiro durante conversa com a ex-"BBB" Ana Paula. A fala, de acordo com a polícia, deu início à investigação.
"Tudo nasceu na própria conduta dele dentro do programa. Ainda que as pessoas não acompanhassem muito, isso foi muito explorado midiaticamente e todos sabiam que existia uma declaração pública dele dizendo que gostava de meninas. Isso despertou uma suspeita em todo mundo" disse a promotora Tarsila dos Santos Teixeira.
Prisão
A prisão de Laércio é preventiva, portanto, não há prazo para que o tatuador seja liberado. A polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele, em Curitiba. Quando foi dada voz de prisão, ele agiu como se não soubesse o que ocorria, segundo relato da promotora.
Conforme a delegada, foram apreendidos objetos eletrônicos, como computador, pen drive, HD externo e celulares, que passarão por perícia para que se apure eventual crime de pedofilia.
"Junto à denúncia já vinham vários prints de postagem de redes sociais que ele fazia e que, pela natureza das fotos, em um primeiro momento, sugerem uma exploração da sexualidade infantil e adolescente, que também é crime", declarou a promotora.
A Polícia Civil dará seguimento à investigação na tentativa de identificar outras possíveis vítimas ou ocorrências de outros crimes. A delegada ressalta a importância dos pais acompanharem os relacionamentos dos filhos em redes sociais, em especial, dos adolescentes.
"O Nucria está à disposição para eventuais denúncias deste caso ou de qualquer outro”, disse a delegada Daniela Andrade.
Serviço
Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes
Endereço: Av. Vicente Machado, 2560 - Centro, Curitiba - PR
Telefone: (41) 3270-3370
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