E por falar em refresco... Quem assistiu ao capítulo notou, além da linda fotografia, da trilha matadora e do folhetim rasgado, o brilho de um elenco antes desconhecido do grande público. A escalação de Julia Dalavia e Renato Góes (Maria Tereza e Santo na foto acima) para papéis tão centrais foi o maior entre tantos acertos desta produção. Não era fácil se destacar entre um grupo que reuniu profissionais do calibre de Fabiula Nascimento, Chico Diaz, Rodrigo Santoro e Cyria Coentro, só para citar alguns. Ainda assim, eles se destacaram. E não só porque a repetição de atores é um problema da nossa televisão. Mas também pela potência do seu trabalho.
Renato, nos capítulos iniciais, era um sertanejo sem calos, cheio de fé no romance com a moça rica de família inimiga, a expressão da pureza. Aos poucos seu mundo foi desmoronando. Com competência, o ator fez seu personagem sair desse lugar para outro, bem diferente. Santo, primeiro, caiu no desespero ao perder o pai. Depois, a amada se casou com outro enquanto ele implorava, na porta da igreja, para que ela não fizesse isso. Finalmente, ele surgiu sereno, falando em mudar a ordem social no ambiente dominado pelo coronelismo, mas “sem sangue, atingindo Afrânio no bolso, que é onde dói mais”. Foi de um ponto ao outro sem tropeçar.
No mais, que bonita foi a primeira fase de “Velho Chico”.
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