A recomendação para evitar vermelho, verde, amarelo e azul partiu do vice-presidente artístico da Record, Marcelo Silva. Em conversas com diretores de programas, ele pediu para a emissora agir com neutralidade. Também proibiu manifestações pró ou contrárias a Dilma Rousseff nas instalações da emissora depois que viu em uma rede social uma foto dos apresentadores, diretores e produtores do "Hoje em Dia" vestindo preto, em protesto contra o governo e a corrupção - a imagem foi apagada.
A movimentação pela neutralidade da Record e a recomendação para não se usar as cores "políticas" do momento surgiram há duas semanas, no auge dos protestos contra Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Coincidem também com a decisão do PRB (Partido Republicano Brasileiro) de deixar a base aliada do governo. O PRB é o braço político da Igreja Universal, de Edir Macedo, dono da Record - emissora identificada como "governista".
O veto ao vermelho e à combinação de verde, amarelo e azul foi rigorosamente respeitado na semana passada. Na última segunda-feira (28), no entanto, Adriana Araújo apresentou o "Jornal da Record" vestindo uma blusa vermelha debaixo de um blaser azul escuro. A cor "proibida" foi usada com parcimônia, de forma não ostensiva. A roupa pertenceria ao guarda-roupa da jornalista, e não à Record. Profissionais de diversas produções da Record confirmaram que a recomendação para se evitar as quatro cores continua valendo.
Procurando, o jornalista Domingos Meirelles confirmou que trocou uma
gravata vermelha por uma rosa. Mas argumentou que fez isso porque fora
alertado de que a peça vermelha causaria "batimento", efeito indesejado
na TV em que uma estampa causa distorção na imagem. De acordo com fontes
na emissora, no entanto, a gravata vermelha foi vetada por questões
políticas mesmo, e não técnicas. A Record não se comunica com o Notícias da TV.
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