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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Com medo de perder o Brasileirão, Rede Globo pode rever divisão de lucros entre os clubes

A Rede Globo ganhou um adversário forte na briga pelo futebol na TV paga. Após ter se engalfinhado com a Fox Sports anos atrás, por conta da Libertadores da América, o grupo Globo agora enfrenta a turma da Turner/Esporte Interativo (EI).
O EI, que acaba de entrar na Net, busca fechar um acordo milionário com os clubes mais importantes do futebol do país para tentar conseguir os direitos do Campeonato Brasileiro a partir de 2019, quanto vence o contrato da Globo/Globosat pelos direitos da competição.
Segundo fontes do mercado, pelo menos seis dirigentes de grandes clubes já se mostraram interessados na proposta do Esporte Interativo. O EI tenta convencer mais dois.
Até agora, só o Santos afirmou publicamente ter aceitado a proposta do Esporte Interativo por um acordo de seis anos.
A Globosat fechou com oito clubes a renovação dos direitos para a TV fechada do Brasileirão a partir de 2018: Fluminense, Corinthians, Vasco, Botafogo, Vitória, Sport, Cruzeiro e o Atlético-MG. Já Santos, São Paulo, Flamengo, Santa Cruz, Grêmio, Internacional, Coritiba, Atlético-PR e Bahia, que está na Série B, estão negociando com o Esporte Interativo.
Pela proposta da Turner, a divisão dos lucros entre emissora e times ficaria assim: 50% igualitariamente, 25% de acordo com a audiência e 25% conforme o desempenho esportivo.
A Globo possui um formato de negócio atualmente que favorece Corinthians e Flamengo. Os dois times ganham mais porque têm melhores audiências.
Na divisão atual de lucros, Flamengo e Corinthians ficam com 13,5%, São Paulo, 8,7%, Palmeiras, 7,9%, Santos , 6,3%, e assim vai. Enquanto Flamengo e Corinthians chegam a lucrar R$ 170 milhões com os direitos do campeonato, o Cruzeiro ganha R$ 60 milhões , o Coritiba, R$ 35 milhões e o Santa Cruz, R$ 25 milhões.
A diferença é muito grande.
A Globo/Globosat ainda tem como moeda de troca dos lucros do canal de pay-perv-view, o Premiere, que muito interessam aos clubes. Mesmo assim, a emissora estudar rever algumas práticas em seus próximos contratos e igualando mais os valores divididos entre os clubes. Há a possibilidade de uma divisão maior de lucros oriunda de patrocínios e anunciantes do Brasileirão.
Afinal, não há como negar que esse racha entre os times preocupa a emissora. A concorrência não só pode levar o Brasileirão como também pode inflacionar o negócio, deixar os preços das transmissões de futebol no país bem mais caras.
Com bala na agulha, o EI já desembolsou uma verdadeira fortuna para conseguir o Liga dos Campeões da Europa com exclusividade na TV por assinatura no Brasil. ESPN e SporTV perderam um grande campeonato em termos de audiência e faturamento.
Há quem acredite que os dirigentes dos times farão só jogo de cena com Esporte Interativo, para depois fechar com a Globo como sempre.
Mesmo assim, os ânimos estão acirrados.






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