No esforço de marketing para transformar a novela "Os Dez
Mandamentos" em um fenômeno nos cinemas, a Rede Record e a Igreja Universal do
Reino de Deus quebraram um "dogma". A emissora, controlada pela igreja,
está usando nas redes sociais vídeos de praticantes de umbanda e
candomblé e até a imagem de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira dos católicos no Brasil, para promover o
longa-metragem que sintetiza a saga de Moisés, em exibição a partir do
dia 28 em cerca de 1.000 salas do país. Até ontem, já tinham sido
vendidos mais de 1,5 milhão de ingressos, segundo divulgou a emissora.
Umbandistas e candomblecistas sempre foram endemonizados pelos bispos e pastores da Igreja Universal. Em 1987, Edir Macedo escreveu o livro Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?. Até hoje, nos cultos da Universal os pastores se referem a pais de santo como "pais de encosto". Nos anos 1990, a igreja chegou a estimular fiéis a invadir e destruir terreiros. Contra os católicos, a Universal também tem um passado belicoso. Em 12 de outubro de 1995, um pastor apareceu na Record chutando uma imagem da padroieira católica. Virou um escândalo nacional.
Pelo sucesso de "Os Dez Mandamentos", no entanto, essas diferenças ficaram para trás. Ontem, a Record publicou em seu perfil oficial no Instagram um vídeo de uma mulher que se diz católica afirmando que vai assistir ao longa-metragem. Ela aparece segurando uma imagem da santa outrora "chutada" (veja abaixo).
Pais de santo deixaram de ser um encosto - pelo menos momentaneamente.
Também no Instagram da Record, um deles surge vestindo uma camiseta com
a imagem de São Jorge, santo "maldito" para os fiéis da Universal. "Sou
candomblecista, sou do axé de Ketu. Sou filho de Xangô. E eu também vou
assistir ao filme Os Dez Mandamentos", diz o religioso.
Uma outra praticante do candomblé gravou um vídeo amador em que está caracterizada de baiana, de vestido longo branco, dançando e rodando. Ela se identifica como Rose, de São Joaquim da Barra (SP). "Quero assistir a Os Dez Mandamentos. Sou do candomblé", diz. O perfil oficial da Record comemora: "O candomblé marcando presença nas salas de cinema".
Uma cartomante também virou instrumento de marketing da emissora. "Meu nome é Fátima, eu sou da umbanda e sou cartomante. E vou assistir Os Dez Mandamentos", promete.
Os vídeos dos praticantes de candomblé e umbanda dividem espaço com material produzido por quase todos os atores e apresentadores da Record. De Xuxa Meneghel a Gugu Liberato, passando por Paulo Henrique Amorim e âncoras de telejornais regionais, quase todo o elenco da Record foi mobilizado para o lançamento do filme. Xuxa, em férias no exterior, convida os fãs a reverem a abertura do Mar Vermelho. Gugu vai mais longe: "Já garanti meu ingresso", diz.
Também há alguns vídeos de pastores evangélicos de "concorrentes" da Universal, como a Comunidade Cristã Recomeçar e a Aliança Profética.
O filme "Os Dez Mandamentos" nada mais é do que uma versão condensada da novela, exibida entre março e novembro. De inédito, o longa terá apenas o final, que foi negado aos telespectadores que assistiram a novela.
Clique aqui e confira os vídeos no Instagram da Record.
Umbandistas e candomblecistas sempre foram endemonizados pelos bispos e pastores da Igreja Universal. Em 1987, Edir Macedo escreveu o livro Orixás, Caboclos e Guias: Deuses ou Demônios?. Até hoje, nos cultos da Universal os pastores se referem a pais de santo como "pais de encosto". Nos anos 1990, a igreja chegou a estimular fiéis a invadir e destruir terreiros. Contra os católicos, a Universal também tem um passado belicoso. Em 12 de outubro de 1995, um pastor apareceu na Record chutando uma imagem da padroieira católica. Virou um escândalo nacional.
Pelo sucesso de "Os Dez Mandamentos", no entanto, essas diferenças ficaram para trás. Ontem, a Record publicou em seu perfil oficial no Instagram um vídeo de uma mulher que se diz católica afirmando que vai assistir ao longa-metragem. Ela aparece segurando uma imagem da santa outrora "chutada" (veja abaixo).
Uma outra praticante do candomblé gravou um vídeo amador em que está caracterizada de baiana, de vestido longo branco, dançando e rodando. Ela se identifica como Rose, de São Joaquim da Barra (SP). "Quero assistir a Os Dez Mandamentos. Sou do candomblé", diz. O perfil oficial da Record comemora: "O candomblé marcando presença nas salas de cinema".
Uma cartomante também virou instrumento de marketing da emissora. "Meu nome é Fátima, eu sou da umbanda e sou cartomante. E vou assistir Os Dez Mandamentos", promete.
Os vídeos dos praticantes de candomblé e umbanda dividem espaço com material produzido por quase todos os atores e apresentadores da Record. De Xuxa Meneghel a Gugu Liberato, passando por Paulo Henrique Amorim e âncoras de telejornais regionais, quase todo o elenco da Record foi mobilizado para o lançamento do filme. Xuxa, em férias no exterior, convida os fãs a reverem a abertura do Mar Vermelho. Gugu vai mais longe: "Já garanti meu ingresso", diz.
Também há alguns vídeos de pastores evangélicos de "concorrentes" da Universal, como a Comunidade Cristã Recomeçar e a Aliança Profética.
O filme "Os Dez Mandamentos" nada mais é do que uma versão condensada da novela, exibida entre março e novembro. De inédito, o longa terá apenas o final, que foi negado aos telespectadores que assistiram a novela.
Clique aqui e confira os vídeos no Instagram da Record.
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