"Na televisão, sempre dei muita importância para a informação. E a informação tem que ser ao vivo", conta Gugu na chamada. "Um programa de auditório precisa de uma série de coisas, precisa ter emoção, precisa ter alegria, brincadeira, precisa ter sentimento. E tudo isso tem que partir do coração, tem que ser verdadeiro, pra que você em casa, que nos enxerga pela alma, possa sentir aquilo que nós aqui no palco também sentimos", encerra.
Isso é tudo o que o programa de Xuxa não tem e que precisa ter. Pode-se argumentar que a chamada tenta vender que o show de Gugu Liberato tem emoção e é tão "verdadeiro" que se "enxerga pela alma" (ou até atrás de um capuz), mas por que o apresentador falaria nesse tom professoral, dando uma aula de como se deve ser um programa ao vivo e de auditório? Ainda mais Gugu Liberato, que foi esnobado por Xuxa assim que ela foi contratada pela Record. Para quem não se lembra, a ex-rainha dos baixinhos não perdoou Gugu por ele ter exibido imagens dela numa revista masculina, ignorou telefonemas do apresentador e escolheu Rodrigo Faro para dar sua primeira entrevista na Record.
Gugu volta ao vivo na próxima quarta (3). Já Xuxa continuará tendo seu programa pré-gravado. A medida visa, além de um maior controle sobre o conteúdo, reduzir custos com horas extras e adicional noturno. Como o Notícias da TV antecipou na última segunda-feira (25), a Record, a pedido da Igreja Universal, destacou um executivo para fazer uma censura pós-edição no Xuxa Meneghel. O diretor tem carta branca para eliminar trechos que julgar vulgares ou que tenham referência a sexo.
Há seis meses no ar, o programa de Xuxa tem sido mal avaliado dentro da própria Record. Com o Ibope baixo, perdendo para os programas de Carlos Massa, o Ratinho, e Patricia Abravanel, do SBT, Xuxa assistiu nesta semana ao primeiro "sacrifício" desde que assinou com a Record. Na última terça, a emissora demitiu Mariozinho Vaz, diretor que ela importou da Rede Globo. No lugar dele, colocou Ignacio Coqueiro, que comandava o programa de Faro.
Na emissora, Coqueiro (que também dirigiu novelas - a última foi a naufragada "Máscaras", em 2012) é visto como a grande aposta do bispo Marcelo Silva, vice-presidente artístico, de manter o controle sobre Xuxa. Se Coqueiro fracassar, o futuro de Xuxa pode ser o guarda-chuva do departamento de jornalismo (como ocorreu com Gugu em 2015) ou a rescisão de contrato (tal qual aconteceu com Gugu em 2013). Tanto que os advogados da Record já estudam o contrato de Xuxa para traçar possíveis cenários para a eventualidade de uma ruptura.
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