Você acha "Big Brother Brasil" o suprassumo da burrice televisiva? Pois
saiba que um dos jornalistas mais conceituados do país, consumidor
voraz de livros e filmes, discorda dessa avaliação. Para Pedro Bial (foto), o
reality show da Rede Globo, cuja 16ª edição estreia hoje (19), é um
"estimulante intelectual", que deixa o raciocínio mais rápido e ativa
memórias adormecidas. Pelo menos para o próprio Bial, apresentador da
atração desde 2001.
De hoje até abril, Bial fará uma "imersão total" no programa, acompanhará o que acontece no confinamento o tempo todo. "Eu só faço isso durante três meses. É difícil pra mim ler, engatar num livro. [BBB] Vira minha literatura. Leio pra caramba, mas, durante essa época, me envolvo [com BBB] até a raiz dos cabelos e é muito estimulante intelectualmente, estimulante à beça. Fico com a cabeça ágil, desperto um monte de ideias, de lembranças, mexe com a memória", disse a jornalistas na última quinta-feira, em uma entrevista concedida dentro da casa em que 12 participantes serão confinados nesta terça-feira.
Diretor de um filme sobre o escritor Guimarães Rosa (Outras Estórias) e ex-correspondente da Globo na Alemanha, testemunha de um marco histórico, a queda do Muro de Berlim (1989), Bial define o "Big Brother Brasil" como "um caldeirão pop". "E o pop tem essa característica de aproximar e bater linguagens diferentes, colidindo e criando novas ideias".
Isso não quer dizer, no entanto, que Bial veja no programa que apresenta um "estimulante intelectual" para toda a audiência. O programa é um ativador para ele, autor de discursos que transformam a eliminação de um participante em algo mais significativo. Para a maioria dos telespectadores, BBB é puro "escapismo", acredita o jornalista.
"Acho que em momentos de crise, como hoje, o espectador busca um escapismo. Sabe, a vida está tão dura, tão difícil, [que a pessoa] passa um dia desgraçado, chega em casa e quer dar risada, quer ver besteira. Claro, [ele] quer ver de tudo, mas é legítimo o desejo por tirar a cabeça das coisas sérias. Acho que a gente atende a isso", diz.
Bial participou do processo de seleção dos participantes deste ano. Na reta final de seleção, ele acompanhou as entrevistas em uma sala, sem que os candidatos o vissem. Dava palpites ao diretor via ponto eletrônico, sugeria perguntas. O resultado da seleção foi o elenco mais "diversificado" dos últimos anos, com participantes de 19 a 64 anos.
"Independentemente de idade, o que está sendo buscado são pessoas que tenham história de vida, rica, que tragam repertório, conteúdo. Acho que isso já apareceu claramente no 'BBB 15' e acho que isso se consolida neste ano", afirma.
Segundo o apresentador, a presença no "BBB 15" de Adriles e Mariza, participantes mais maduros e intelectualizados, estimulou a inscrição de candidatos mais velhos e mais estudados, como professores e pesquisadores. Um dos participantes de "BBB 16" é doutor em filosofia. Outro é estudante. "Não necessariamente a gente procurou intelecto. Uma coisa é história de vida, vivência. Não tem nada a ver com com abordagem intelectualizada da vida".
De hoje até abril, Bial fará uma "imersão total" no programa, acompanhará o que acontece no confinamento o tempo todo. "Eu só faço isso durante três meses. É difícil pra mim ler, engatar num livro. [BBB] Vira minha literatura. Leio pra caramba, mas, durante essa época, me envolvo [com BBB] até a raiz dos cabelos e é muito estimulante intelectualmente, estimulante à beça. Fico com a cabeça ágil, desperto um monte de ideias, de lembranças, mexe com a memória", disse a jornalistas na última quinta-feira, em uma entrevista concedida dentro da casa em que 12 participantes serão confinados nesta terça-feira.
Diretor de um filme sobre o escritor Guimarães Rosa (Outras Estórias) e ex-correspondente da Globo na Alemanha, testemunha de um marco histórico, a queda do Muro de Berlim (1989), Bial define o "Big Brother Brasil" como "um caldeirão pop". "E o pop tem essa característica de aproximar e bater linguagens diferentes, colidindo e criando novas ideias".
Isso não quer dizer, no entanto, que Bial veja no programa que apresenta um "estimulante intelectual" para toda a audiência. O programa é um ativador para ele, autor de discursos que transformam a eliminação de um participante em algo mais significativo. Para a maioria dos telespectadores, BBB é puro "escapismo", acredita o jornalista.
"Acho que em momentos de crise, como hoje, o espectador busca um escapismo. Sabe, a vida está tão dura, tão difícil, [que a pessoa] passa um dia desgraçado, chega em casa e quer dar risada, quer ver besteira. Claro, [ele] quer ver de tudo, mas é legítimo o desejo por tirar a cabeça das coisas sérias. Acho que a gente atende a isso", diz.
Bial participou do processo de seleção dos participantes deste ano. Na reta final de seleção, ele acompanhou as entrevistas em uma sala, sem que os candidatos o vissem. Dava palpites ao diretor via ponto eletrônico, sugeria perguntas. O resultado da seleção foi o elenco mais "diversificado" dos últimos anos, com participantes de 19 a 64 anos.
"Independentemente de idade, o que está sendo buscado são pessoas que tenham história de vida, rica, que tragam repertório, conteúdo. Acho que isso já apareceu claramente no 'BBB 15' e acho que isso se consolida neste ano", afirma.
Segundo o apresentador, a presença no "BBB 15" de Adriles e Mariza, participantes mais maduros e intelectualizados, estimulou a inscrição de candidatos mais velhos e mais estudados, como professores e pesquisadores. Um dos participantes de "BBB 16" é doutor em filosofia. Outro é estudante. "Não necessariamente a gente procurou intelecto. Uma coisa é história de vida, vivência. Não tem nada a ver com com abordagem intelectualizada da vida".
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