Longe da televisão havia quatro
anos, Tom Cavalcante (foto) voltou em junho deste ano com o humorístico
“#PartiuShopping”, no Multishow. O programa não terá segunda temporada,
mas o comediante segue contratado do canal. Ele prepara para 2016 uma
paródia de talk show, ainda sem nome, conduzida por alguns de seus
personagens.
“Quando me chamaram para o
‘Partiu’, direção e roteiro estavam definidos, fiquei como observador.
Agora, posso dar mais minha cara”, diz ele à coluna.
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Seu humor é popular, como isso afasta a classe alta?
Pesco o que li num livro ou vi
num filme e aplico isso de forma popular. As pessoas viajam em ideias
elitistas. Por mais que eu tenha o privilégio de viver em Los Angeles,
no ninho do cinema, sei que no meu país a maioria das pessoas ainda está
crescendo economicamente e sonha em ter uma TV a cabo um dia.
Mas você acha que a classe alta está carente de programação humorística?
O que eu acho é que nos últimos
tempos a gente perdeu a referência de Brasil. Com a internet, as pessoas
vivem a máquina Estados Unidos de forma muito consistente, das roupas
aos costumes. O humor brasileiro, assim como o inglês, continua sempre
lidando com as referências nacionais.
Você participou há pouco do "Tomara que Caia", que saiu do ar por fraca audiência. O que deu errado?
Alguns formatos não dão certo.
Pode ter um elenco estelar, mas se não tem química… As pessoas estão
tentando levantar o novo, mas não percebem que o alicerce é o
ensinamento do velho.
Os jovens estão quebrando muito a
cara buscando o novo. No “Tomara que Caia”, o Boninho falou: “Você tem
que entrar de Ribamar”. Na hora, explodiu a audiência. E aí tinha gente
que dizia “ah, mas Ribamar já foi”. Está errado. A mesma coisa com a
“Escolinha” — a fórmula é de sucesso, vai explodir.
Quer voltar pra TV aberta?
Se tiver um projeto interessante, sim. No momento não tenho nada.