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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Netos de Chateaubriand tentam impedir estreia de filme sobre o avô

Dois netos de Assis Chateaubriand tentaram impedir, por meio de notificação extrajudicial, a estreia do filme "Chatô — O Rei do Brasil" (foto acima dos atores Marco Ricca e Paulo Betti), inspirado na biografia de Assis Chateaubriand escrita por Fernando Morais, em 1994. A justificava dos herdeiros do jornalista é que, no longa, o avô é acusado de ter matado o presidente da República e também de seduzir e estuprar uma menor de idade. A assessoria de imprensa da distribuidora diz que, apesar da notificação, o filme foi lançado normalmente em 40 salas do eixo Rio-São Paulo. Sobre a notificação, o órgão decidiu não se pronunciar por ter “uma questão mais importante para resolver”.
Fernando Morais rebateu as acusações da família de Assis Chateaubriand em seu perfil no Facebook. “Não sei que filme os herdeiros de Chatô assistiram, mas certamente não foi o que eu e centenas de pessoas vimos anteontem em São Paulo. No filme (e no livro), Chatô não mata ninguém. É possível que eles estejam se referindo não à morte, mas à castração do industrial Oscar Flues — esta, sim, real e realizada por ordem de Chatô. Fato, aliás, fartamente noticiado pela imprensa da época. Quanto a ‘menor’, Chatô não seduziu nem estuprou. Ele, aos 42 anos, casou-se com a garota, que tinha então 16 anos. Os herdeiros de Chatô talvez não saibam, mas a ditadura acabou há 30 anos. E, com ela, felizmente, a censura”.
O filme, dirigido por Guilherme Fontes, começou a ser produzido em 1995, mas teve a produção interrompida quatro anos depois, sob acusação de mau uso das verbas governamentais destinadas ao cinema. Acusado de desvio de dinheiro, o diretor viu seu filme ser engavetado e enfrentou longo processo judicial durante 20 anos.








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