Empolgado com o sucesso, Winter, 36 anos, chega a se comparar a Charlton Heston (1923-2008), astro de épicos de Hollywood, estrela de clássicos bíblicos como "Os Dez Mandamentos" (1956), em que interpretou Moisés, e "Ben-Hur" (1959). "Se com as pragas fizemos esse sucesso, com abertura do Mar Vermelho será incrível. Faço questão de assistir porque é uma cena épica. Nela, só eu e Charlton Heston", afirma, em tom de brincadeira.
Motivos para comemorar e brincar não faltam. A novela bíblica bateu novo recorde nesta terça-feira (3): atingiu a média histórica de 25,8 pontos (cada ponto equivale a 67 mil domicílios na Grande SP), contra 23,0 da TV Globo (principalmente "Jornal Nacional") no horário. Não é a primeira vez que o folhetim bate o jornalístico da concorrente. Na última semana, por exemplo, a novela o venceu duas vezes e empatou uma. Nesta semana, está invicta.
O ator só ficou sabendo do novo recorde pela reportagem do Notícias da TV. "Estou trabalhando muito. Não dá tempo de acompanhar todos os números de audiência. Aliás, não tenho tempo nem de ver a novela porque é muito corrido. Fico muito feliz por todos. A equipe inteira se dedica demais. Parecia um sonho inatingível, mas nós conseguimos", comemora.
A culpa é das pragas
A produção bíblica da Record também tem vencido "A Regra do Jogo" no curto confronto direto entre as duas novelas, geralmente de 12 minutos). Na segunda-feira, a novela da Globo marcou 22 pontos contra 27 da trama de Moisés durante os minutos em que ficaram simultaneamente no ar. Na média final, "A Regra do Jogo" registrou 28,2. Ou seja, o principal produto da Globo teve apenas 3,6 pontos a mais do que sua concorrente. Algo inédito na TV brasileira.
"Os Dez Mandamentos" vem numa crescente desde sua estreia, em março. Começou a melhorar sua audiência no começo das dez pragas do Egito, no final de agosto. A trama, que vinha registrando 13 pontos, começou a subir. Em outubro, ultrapassou a barreira dos 20 pontos. "Após a primeira praga, a audiência só aumentou. É fato. A culpa é das pragas", brinca o Winter.
Assim como a audiência, a autoestima do intérprete do profeta também cresceu. "Acredito ter atingido outro patamar da minha carreira com este trabalho, pois Moisés é um papel desafiador, muito conhecido e amado. Poderia não ter acertado", comenta.
Winter começou a atuar na TV em 2006. Estreou na Globo, em "Cobra & Lagartos" e fez mais cinco novelas, sem contar as participações em séries (e na 'Dança dos Famosos', do "Domingão do Faustão"). "Fiz bons papéis e, talvez, se tivesse ficado lá, também teria atingido outro patamar na minha carreira. Tudo caminhava para que eu fizesse uma novela das nove. Acabei indo para Record e deu tudo certo", analisa.
Por causa da novela, o ator diz não ter mais vida social. Perdeu mais de cinco quilos. "Tentei manter aquele corpo do começo [ele teve de malhar para viver o jovem e guerreiro Moisés]. Infelizmente, não consegui porque vou de casa para os estúdios e vice-versa. Tudo, porém tem seu lado bom: estarei mais magro na travessia do deserto. Isso dará mais veracidade às sequências".
Winter afirma ter achado correta a ideia da direção da Record de atrasar os capítulos para exibir o começo da décima praga (a morte dos primogênitos). "Era Dia de Finados, segunda-feira, tudo isso conta". A emissora fará fazer o mesmo com a abertura do Mar Vermelho. Só irá ao ar na próxima semana. "Não vi as pragas, mas faço questão de ver a abertura. Vou brigar por isso. Quero assistir numa TV grande, de preferência em casa e com meus amigos", afirma.
Os efeitos especiais da abertura do Mar Vermelho (assim como os das pragas) foram realizados por uma produtora de Hollywood, a Stargate. "Tivemos de gravar durante vários dias. Começamos em maio. Foi cansativo, mas o resultado valeu todo o esforço, finaliza.
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