"A Anistia Internacional manifesta total repúdio ao uso do nome da organização de maneira indevida no capítulo da novela A Regra do Jogo", diz a nota da ONG. "Embora se trate de uma obra de ficção, a novela, ao usar o nome da Anistia Internacional - uma organização referência e atuante no país - presta um desserviço à consolidação de uma cultura de direitos humanos na sociedade brasileira", conclui.
Não apenas a cena incomoda a Anistia Internacional, mas a representação que a novela vem fazendo dos defensores dos direitos humanos como um todo. Na história, Romero Rômulo é um ex-vereador que usa uma ONG de defesa dos direitos de presidiários como fachada para ocultar sua atividade criminosa. Na verdade, Romero é membro de uma facção.
Na cena de ontem, Romero entrou no presídio com uma bomba para ajudar na fuga de um líder dessa facção, um traficante internacional. Ele recebeu R$ 150 mil para fazer o serviço. Conseguiu driblar a vigilância do agente que o barrou fingindo passar mal e pedindo para chamarem o diretor do presídio, que o liberou sem revista.
"A representação equivocada do trabalho de defensores de direitos humanos na novela tem sido explorada de forma irresponsável e contribuindo para criminalizar o mesmo", diz a nota da Anistia, que se apresenta como "uma organização respeitada, com 54 anos de historia, que conta com mais de 7 milhões de apoiadores que se mobilizam em defesa dos direitos humanos para todos e todas". Presente em 150 países, a Anistia ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1977.
Consultada, a Globo disse em nota que a cena recriou uma situação que pode "ocorrer na vida real". "As novelas são obras de ficção sem compromisso com a realidade, como registramos ao final de cada capítulo. Ao recriar livremente situações que podem ocorrer na vida real, a dramaturgia busca apenas tecer o pano de fundo para suas histórias", disse a emissora.
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