O elenco é quase todo composto de figuras carimbadas do gênero. Portanto, Ingrid Guimarães e Leandro Hassum (foto acima dos dois) simplesmente repetiram antigos (e eternos) personagens. Pareciam estar em mais uma daquelas comédias de grande bilheteria que ambos frequentam. Por isso, destacaram-se Tiago Abravanel, Lúcio Mauro Filho e Renata Gaspar. Os excessos acabaram contagiando, e prejudicando, até o ótimo Tonico Pereira, que fez um Mendonça que arregalava os olhos (um tique repetido por vários dos atores a noite toda) e lançava mão de trejeitos faciais.
A assinatura de Cláudio Paiva, um dos grandes roteiristas da Globo, esteve na boa condução da trama e em seu desfecho moralmente correto, mas não moralizante. O enredo deu direito a uma surpresa final, com a manicure escolhendo o amor bandido e preterindo o policial. Também vimos qualidade no texto nas referências à economia do país. Porém, tudo isso reforçou essa impressão de que, se tivesse apostado mais na sutileza e na emoção, “Chapa Quente” ganharia um certo peso. Pena que, anteontem, nada disso esteve em primeiro plano. Não foi uma grande estreia, mas há ali possibilidades que, bem exploradas, podem levar à boa diversão.
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