A Record foi condenada a indenizar Waack em novembro de 2012, um ano depois da publicação, mas recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo. O TJ-SP, no entanto, confirmou a sentença original. Em fevereiro, atualizou o valor da indenização e o cobrou da emissora. O pagamento da Record foi registrado no último dia 4 pelo sistema de acompanhamento processual do TJ, mas Waack ainda não recebeu o dinheiro.
Em 27 de outubro de 2011, o R7, portal da Record, publicou a notícia "Wikileaks aponta William Waack como informante do governo dos EUA". O texto, que hoje não está mais disponível no portal, era baseado no blog Brasil que Vai, do economista Luiz Alberto Cezar. Supostamente amparado em documentos da organização Wikileaks, Cezar afirmava que Waack "estaria sob o comando do governo norte-americano para sustentar posições na mídia brasileira afinadas com as grandes linhas da política externa americana".
"Ocorre que restou comprovado que inexiste qualquer documento do Wikileaks apontando o autor [Waack] como informante dos EUA, como infiltrado da CIA e outros fatos ofensivos que foram dirigidos ao jornalista William Waack", constatou na sentença o juiz Vitor Frederico Kümpel, da 27ª Cível de São Paulo.
Quarenta dias antes de Kümpel condenar a Record, curiosamente em 27 de setembro de 2012, data de aniversário da emissora, o blogueiro Luiz Alberto Cezar admitiu em outra ação movida por Waack de que tudo o que publicou não "condizia com a verdade". "A matéria por mim publicada no blog foi baseada em notícias sem comprovações lidas em outros blogs", reconheceu na Justiça. Perante Waack e a juíza Aparecida Angélica Correia, da 1ª Vara Criminal de Pinheiros, Cezar pediu desculpas ao jornalista e se comprometeu a se retratar em seu blog.
Em sua defesa na Justiça, a Record argumentou que reproduziu a opinião de um economista e que se amparava no princípio constitucional da liberdade de expressão. Afirmou que o texto causou apenas meros aborrecimentos a Waack.
O jornalista da Globo questionou a afirmação. Disse que a publicação da Record lhe causou "dissabores" nas Forças Armadas, onde colabora com palestras sobre defesa nacional, e numa universidade particular de São Paulo em que atua como professor de relações internacionais. "Os pais dos alunos procuraram a direção da instituição perguntando se um espião dava aula para os jovens", disse Waack à Justiça.
Na sentença, o juiz considerou que o direito à liberdade de expressão não pode sobrepor o da honra. Concluiu que Waack foi "vítima de informações falsas e levianas, notadamente vindo de uma emissora televisiva concorrente da Rede Globo, para quem o autor trabalha". Com o pagamento da indenização a Waack, o processo será extinto.
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