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terça-feira, 17 de março de 2015

Ousada, "Babilônia" estreia com capítulo impecável, mas assusta audiência da Rede Globo

Dono de sucessos como "Vale Tudo" e "Celebridade" e equívocos como "Insensato Coração", Gilberto Braga mostrou que segue um mestre em folhetins com "Babilônia", estreia da última segunda-feira (16). Se aproveitando de Gloria Pires e Adriana Esteves, atrizes que viveram vilãs históricas - Maria de Fátima e Carminha, respectivamente - o autor criou entre as duas uma rivalidade saborosa e escancarada já no primeiro capítulo. Sem poupar a história para mais adiante, o dramaturgo entregou uma trama repleta de reviravoltas e surpresas, munida de diálogos afiadíssimos.
A julgar por este começo, "Babilônia" dá mostras de que é a novela mais ousada do horário nos últimos tempos. Acertadamente, tirou da frente o tabu do beijo entre pessoas do mesmo sexo numa cena linda e antológica entre Natália Timberg e Fernanda Montenegro. Da mesma maneira, retratou Beatriz (Gloria Pires) como uma devoradora de homens de modo muito bem sucedido. O espírito desta novela é o mesmo de alguns dos hits do autor: todos querem se dar bem a todo custo, com ambições desmedidas.
O conflito escancarado entre as antagonistas, no entanto, ofuscou a protagonista, interpretada por Camila Pitanga. A mocinha sofredora nem chegou a conhecer seu par romântico, o que, claro, não se trata de um grande problema.
A audiência não respondeu bem à inovação. "Babilônia" estreou com média de 32,8 pontos, segundo o consolidado do Ibope na Grande São Paulo. Desde já é um dos primeiros capítulos menos assistidos da história da Rede Globo. Neste caso específico, no entanto, o índice não pode refletir problemas de qualidade. A novela começou de modo impecável.

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