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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

"Tá No Ar: A TV na TV” volta com mesmo pique e humor atrevido

Como o segundo CD de um artista, depois de uma estreia de muito sucesso, a segunda temporada de um programa de TV que agradou muito é sempre cercada de muita expectativa. Será que vai manter o pique? Vai conseguir repetir a mesma qualidade?“Tá no Ar – A TV na TV” não decepcionou. O programa criado por Marcius Melhem com Marcelo Adnet voltou em ritmo alucinante, com o mesmo humor atrevido da primeira temporada, rindo das mais variadas atrações da TV brasileira, da Rede Globo e da concorrência.
Colado ao “Big Brother Brasil 15”, o programa abriu fazendo piada com os incompreensíveis discursos que o apresentador do reality show faz semanalmente. “Vai pra casa descansar Bial, porque acabou o BBB”, convidaram Melhem e Adnet.
Na sequência, a trupe encenou uma das melhores piadas da noite, mostrando uma “reportagem” sobre o drama de ex-participantes do reality show que são viciados em fama. Eles vivem largados na rua, numa espécie de Cracolândia rebatizada como “BBlândia”. “Ex-BBB é pior que mendigo”, explicou a repórter.
Uma das boas estreias da noite foi o quadro “Vingança dos Famosos'', em que artistas importunam pessoas comuns. No programa, Regina Duarte atormentou o responsável por um cartório enquanto ele almoçava com a família em um restaurante.
Como no ano passado, não faltaram piadas com publicidades famosas – no caso, com uma célebre campanha do banco Bamerindus, que não existe mais (e cujo dono morreu há poucos dias), e uma das Casas Bahia, um dos maiores anunciantes da TV brasileira.
Num aceno aos fãs que o programa conquistou em 2014, três das melhores atrações da primeira temporada foram reaproveitadas. Uma é a sátira contundente aos programas policiais vespertinos, chamada “Jardim Urgente”, com Welder Rodrigues no papel do apresentador que grita “foca em mim”.
Também voltaram “Balada Vip”, no qual Melhem e Adnet debocham dos muitos “reis do camarote”, e o “crítico da Globo”, que reproduz comentários agressivos sobre a emissora. Uma das suas observações foi sobre o “processo de ‘michaeljacksonsação’ da televisão brasileira”.
“Queríamos que o programa também mostrasse a forma esquizofrênica com que nós vemos TV, um ritmo frenético e superficial'', prometeu Adnet antes da estreia. Promessa cumprida com louvor.
Resta ver se, além do sucesso na internet, que ocorreu no ano passado, o programa também alcance aceitação na televisão, justamente o objeto de sua crítica.
Exibida entre abril e junho de 2014, a primeira temporada ficou longe de ser um sucesso de audiência, com média em torno de 9 pontos e enorme esforço para ficar em primeiro lugar – chegou a perder e empatar com o humorístico “A Praça É Nossa”, do SBT, em algumas ocasiões.
Mostrar que o humor do “Tá No Ar'' pode ser apreciado por um público maior é o grande desafio da equipe que faz o programa.
Atualizado às 11h: faltou mencionar no texto o demolidor clipe final, com o samba-enredo da fictícia escola “Amarelo e Cinza''.

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