Por essa ótica, quem ocupa a vice-liderança no mercado desde julho de 2014 é o SBT, deixando a Record em terceiro lugar (veja o gráfico abaixo). Por que ocorre essa diferença?
A principal explicação é que, entre 1h15min e 6h15min da manhã, a grade da Record é ocupada por programação da Igreja Universal, o que derruba a audiência da emissora. Já o SBT, assim como a Globo, tem programação normal que entra madrugada adentro. “A Record tenta consolidar no mercado a importância desse horário das 7h à meia-noite porque ela não pode falar sobre a sua madrugada”, diz Maciel.
A aposta da emissora de Silvio Santos no horário cresceu depois que o contrato com a Warner, que fornecia filmes e séries com exclusividade, foi interrompido. O “The Noite”, com Danilo Gentili, que alcança uma audiência média de 5 pontos, e o “Okay Pessoal”, com Otavio Mesquita, são fruto deste novo investimento na faixa que começa depois da 0h. Entre os dois, a emissora ainda apresenta um telejornal.
Segundo o executivo do SBT, a faixa de 0h às 2h da manhã da emissora fatura cerca de 30% a mais do que a faixa matinal, das 6h às 12h. Ainda segundo Maciel, a concentração de espectadores das classes A, B e C1, o supra-sumo para o mercado publicitário, é maior de madrugada do que de manhã.
Levantamento da emissora feito na madrugada da última quarta-feira (01) mostra que o SBT difundiu anúncios de 28 marcas entre 0h e 2h, contra 25 da Globo e 10 da Record.
O total de aparelhos ligados entre 23h e 2h (35,5%) também é maior do que na faixa das 6h às 12h (25,7%), mostram os dados apresentados pelo SBT, referentes ao mês de setembro.
Procurei Walter Zagari, vice-presidente comercial da Record, para comentar o assunto, mas ele não me respondeu até o momento. Em outubro de 2013, quando questionei a emissora sobre este mesmo assunto, a resposta foi: “Quase a totalidade dos investimentos em publicidade é feito neste horário (das 7h à meia-noite)”.
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