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terça-feira, 16 de setembro de 2014

Dois pesos e duas medidas: baixaria lá, modernidade aqui

Para muitas coisas na televisão existem dois pesos e duas medidas, principalmente quando o assunto é qualidade ou apelação pela audiência. Muitos são os artistas que evitam dar entrevistas para programas que são considerados apelativos ou que vasculham a vida dos famosos, que exploram a sensualidade ou que colocam os convidados em situações constrangedoras. Há artistas que processam, criam barreiras e não se cansam de apontar o dedo para as baixarias. É esta postura crítica (e certo boicote ao que é ruim) que fará a televisão mudar e buscar uma grade que agregue mais ao telespectador.
Não sou contra brincadeiras no palco e certa provocação com a beleza, mas depois de assistir ao “Esquenta” deste domingo me pergunto porquê o programa da Rede Globo pode colocar atores sem camisa para jogar uma partida de vôlei e pedir para as fãs enxugarem o suor sem que os defensores do final das baixarias gritem por ai. Por que é bacana no programa da Regina Casé o ator Kleber Toledo (foto acima junto com a fã) ficar sem camisa e ter o corpo alisado por uma mulher e um exagero em outras emissoras? Será que o olhar desses artistas muda ou na concorrência a coisa é pior?
Certas coisas são permitidas porque acontecem em território dominado por alguém que tem certo respeito entre os artistas e, por isso, propõe algo que já se viu em outros lugares e em outros tempos da televisão como se fosse moderno e uma transgressão. A intenção é a mesma (conseguir audiência com a exposição de um corpo bonito), mas a turma é outra. E nessa turma todo mundo é “muderno”.


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