Nos anos 90, o país acompanhou atentamente "As Noivas de Copacabana" e
"A Próxima Vítima". Em comum entre a minissérie e a novela, estava o
fato de ambas girarem em torno de um serial killer - Donato (Miguel
Falabella) numa, Adalberto (Cecil Thiré) na outra - e alimentarem um
mistério: que personagem seria o próximo a encontrar a morte? Explorado
ao extremo na TV americana, esse tipo de crime rendeu séries como
"Dexter", "THe Following" e "Hannibal" e se tornou um filão. É curioso
que tenha demorado tanto para ser retomado no Brasil. Neste caso, o
mérito é todo de Gloria Perez, que, fascinada por este universo,
escreveu "Dupla Identidade", estreia da última sexta (19) na Rede Globo.
A história é simples e eficaz: um rapaz bonito, educado, trabalhador e que ainda faz trabalho de caridade ajudando suicidas numa linha telefônica é, na verdade, um perigoso assassino. Suas vítimas são todas mulheres. Sua obsessão é pelo poder, não pelo sexo. Sem pistas, a polícia traz uma especialista forense para auxiliar na investigação. E interesses políticos acabam se misturando à trama. É uma boa premissa e de fato rende uma caçada interessante. Mas, a julgar pelo primeiro episódio, "Dupla Identidade" peca por certo didatismo nos diálogos. Tudo é explicadinho, racionalizado, para não sobrar dúvidas no espectador. Talvez seja costume vindo das muitas novelas que a autora escreveu, mas num gênero como seriado, a pressuposição às vezes funciona melhor. Ainda assim, este passa longe de ser um empecilho para acompanhar a produção, que se destaca, principalmente pelo elenco.
Com um currículo repleto de personagens fortes, que vão desde um gay que vive no campo a um esquizofrênico, Bruno Gagliasso (foto) mostrou porque abocanhou o posto de protagonista dentre tantos testados. Está possuído, parece mergulhado na mente do psicopata, a extensa pesquisa que provavelmente fez está toda ali, em sua expressão carregada. Bruno é, de longe, o melhor ator de sua geração na TV neste momento. E, na pele de Edu, caminha para consolidar esta posição. Outro destaque é Débora Falabella, que, acostumada a personagens complexos como a dependente química Mel ("O Clone") e a vingativa Nina ("Avenida Brasil"), caminha para dar outro show como Ray, uma garota que sofre de transtorno borderline. A vinheta de abertura também merece aplausos. É eficiente, dura, sem cor, como a alma do assassino. A fotografia escura, aliás, que tanto incomodou em "O Rebu", aqui ganha novo significado: como Edu é homicida limpo e certeiro, não há sangue, logo o vermelho some da paleta de cores.
Em questão de números, "Dupla Identidade" derrubou a audiência do horário. Deu média de 12,3 pontos, segundo dados prévios do Ibope, menos que os 14 pontos do último capítulo de "O Rebu" e que os 16 pontos da estreia de "O Caçador", série que a antecedeu no horário.
A história é simples e eficaz: um rapaz bonito, educado, trabalhador e que ainda faz trabalho de caridade ajudando suicidas numa linha telefônica é, na verdade, um perigoso assassino. Suas vítimas são todas mulheres. Sua obsessão é pelo poder, não pelo sexo. Sem pistas, a polícia traz uma especialista forense para auxiliar na investigação. E interesses políticos acabam se misturando à trama. É uma boa premissa e de fato rende uma caçada interessante. Mas, a julgar pelo primeiro episódio, "Dupla Identidade" peca por certo didatismo nos diálogos. Tudo é explicadinho, racionalizado, para não sobrar dúvidas no espectador. Talvez seja costume vindo das muitas novelas que a autora escreveu, mas num gênero como seriado, a pressuposição às vezes funciona melhor. Ainda assim, este passa longe de ser um empecilho para acompanhar a produção, que se destaca, principalmente pelo elenco.
Com um currículo repleto de personagens fortes, que vão desde um gay que vive no campo a um esquizofrênico, Bruno Gagliasso (foto) mostrou porque abocanhou o posto de protagonista dentre tantos testados. Está possuído, parece mergulhado na mente do psicopata, a extensa pesquisa que provavelmente fez está toda ali, em sua expressão carregada. Bruno é, de longe, o melhor ator de sua geração na TV neste momento. E, na pele de Edu, caminha para consolidar esta posição. Outro destaque é Débora Falabella, que, acostumada a personagens complexos como a dependente química Mel ("O Clone") e a vingativa Nina ("Avenida Brasil"), caminha para dar outro show como Ray, uma garota que sofre de transtorno borderline. A vinheta de abertura também merece aplausos. É eficiente, dura, sem cor, como a alma do assassino. A fotografia escura, aliás, que tanto incomodou em "O Rebu", aqui ganha novo significado: como Edu é homicida limpo e certeiro, não há sangue, logo o vermelho some da paleta de cores.
Em questão de números, "Dupla Identidade" derrubou a audiência do horário. Deu média de 12,3 pontos, segundo dados prévios do Ibope, menos que os 14 pontos do último capítulo de "O Rebu" e que os 16 pontos da estreia de "O Caçador", série que a antecedeu no horário.
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