"A Grande Família" vai deixar saudades, mas dava sinais de esgotamento e precisava chegar ao fim

Foi indiscutivelmente bela a maneira como a Rede Globo encerrou "A Grande Família" (foto acima dos personagens), após 14 anos no ar. A série chegou ao fim como já revelado: atores da emissora assumiram os papéis de Lineu, Nenê e companhia para um seriado dentro da ficção. O exercício de metalinguagem não só foi oportuno como mostrou que boa parte da essência e do carisma dos personagens se deve aos atores que os interpretam. Nas redes sociais, o clima era de pura nostalgia, mas, apesar de todo o luto pelo fim da produção, é preciso reconhecer que ela não poderia seguir adiante.
Há tempos "A Grande Família" dava sinais de esgotamento. Seus protagonistas passaram por grandes transformações e a história passou a se afastar da proposta original. Lineu, por exemplo, deixou a repartição para velejar. Já Nenê virou empreendedora. Não havia mais para onde a história caminhar. E, ao se dar conta disso, só coube aos roteiristas e ao elenco aceitar a triste verdade. É melhor acabar neste momento, que numa nota triste, quando o programa parecesse um fardo. Nos últimos anos, a audiência já havia indicado uma inevitável queda e passava longe dos áureos tempos.
Por falar em números, de acordo com dados prévios do Ibope, o desfecho do seriado chegou ao fim com média de 20,5 pontos, índice maior que as novelas das seis e das sete, mas ainda abaixo do que costumava atingir. O pico foi de 25 pontos. No mesmo horário, Record marcou 9 e SBT 7 pontos.
Com esgotamento ou não, há que se afirmar: "A Grande Família" fez uma bela história. Amadureceu aos olhos do país. Deixará saudades.