Mesmo com Copa do Mundo,
a Rede Globo perdeu sua participação no universo de TVs ligadas na Grande
São Paulo no primeiro semestre deste ano. Dados obtidos por esta coluna
mostram que a emissora está perdendo porcentagem importante do chamado
“share” (que significa justamente a porcentagem no número de ligados) em
praticamente todos os horários. A maior perda na comparação dos
primeiros seis meses do ano entre 2013 e 2014 é no horário nobre — o mais
valioso financeiramente.
Das 7h à meia-noite, na média, a Globo já perdeu 7% em share e
4% em pontos de ibope. Nessa mesma faixa, a TV Record ganhou 4% em
audiência e a RedeTV! impressionantes 14% (e mais 10% em participação
nas TVs ligadas). O SBT e a TV Bandeirantes perderam, respectivamente 4% e 6% em share.
Mesmo com novos produtos como Fátima Bernardes e o “Bem Estar”, a Globo perdeu 6% em share das 7h às 12h. Já na faixa das 12h às 18h houve algum ganho, mas boa parte disso pode ser creditada à Copa do Mundo: mais 6% em pontos de ibope, embora não tenha mudado nada o share (0% de variação se comparado com o primeiro semestre de 2013). Nessa faixa a Record cresceu 7% em 2014; a RedeTV! cresceu 6% e o SBT perdeu 9% em share e 4% em pontos.
Então chegamos ao horário nobre, das 18h à 0h, quando a Globo perdeu 10% em pontos de ibope e 11% em share. Nessa faixa a RedeTV! cresceu 16% e 15%, respectivamente. Programas como o “Muito Show” e “TV Fama” começam a fazer alguma diferença no horário.
Embora seja provável que uma parte do público pode estar saindo da Globo para ver outras emissoras abertas, é certo que uma enorme fatia desses telespectadores está indo, isso sim, para a TV por assinatura. O crescimento do ibope dos chamados OCNs (Outros Canais, denominação do Ibope que inclui todas os canais pagos mais alguns UHF que não são medidos e exclui todos os canais abertos) cresceu em média 20% este ano. A moçada decididamente está indo para os Discoverys da vida, os Cartoons, outros canais infantis, esportivos e culturais.
Parece difícil para alguns diretores globais entenderem que um dos principais motivos dessa fuga de público também pode estar relacionada à perda de qualidade de suas novelas nos últimos dez anos. Com exceção de Aguinaldo Silva, ainda capaz de fazer diferença em termos de histórias e ibope, a maioria dos autores da Globo parece estar sofrendo de falta de inspiração crônica.
São tramas que se repetem, vilões sempre caricatos (vide o que se tornou o personagem de Gabriel Braga Nunes em “Em Família”), atrizes protagonistas que não agradam nem um pouco (vide Bruna Marquezine, que parece mais preocupada em postar selfies fazendo bico de pato com Neymar do que em atuar) e sempre a nova “modinha” na emissora: novela está em baixa no ibope? Não está criando repercussão nas redes? Estão criticando? Então vamos lá, vamos incluir no roteiro um beijo gay que fica tudo certo. É constrangedor para um canal que já bradou em prosa e verso seu “padrão de qualidade”. Como se beijo gay fosse a última salvação para histórias ruins.
Um dos produtos que mais perdeu audiência e qualidade nos últimos dez anos, de longe, é “Malhação”. Antes considerada um “celeiro” de novos artistas, e responsável por alavancar o ibope em horário nobre, a novelinha infantojuvenil virou um verdadeiro pastelão sem sal. Além disso, praticamente não há mais nenhuma estrela “descoberta” pela produção. Pelo contrário: essa nova geração de atores é sofrível.
Que no passado (muito remoto, logo depois que a Terra esfriou) “Malhação” chegava a dar 30 pontos. Hoje, quando ocorre de dar dois dígitos, os diretores abrem champanhe e comem caviar.
Não pode beber champanhe no Projac.
Mesmo com novos produtos como Fátima Bernardes e o “Bem Estar”, a Globo perdeu 6% em share das 7h às 12h. Já na faixa das 12h às 18h houve algum ganho, mas boa parte disso pode ser creditada à Copa do Mundo: mais 6% em pontos de ibope, embora não tenha mudado nada o share (0% de variação se comparado com o primeiro semestre de 2013). Nessa faixa a Record cresceu 7% em 2014; a RedeTV! cresceu 6% e o SBT perdeu 9% em share e 4% em pontos.
Então chegamos ao horário nobre, das 18h à 0h, quando a Globo perdeu 10% em pontos de ibope e 11% em share. Nessa faixa a RedeTV! cresceu 16% e 15%, respectivamente. Programas como o “Muito Show” e “TV Fama” começam a fazer alguma diferença no horário.
Embora seja provável que uma parte do público pode estar saindo da Globo para ver outras emissoras abertas, é certo que uma enorme fatia desses telespectadores está indo, isso sim, para a TV por assinatura. O crescimento do ibope dos chamados OCNs (Outros Canais, denominação do Ibope que inclui todas os canais pagos mais alguns UHF que não são medidos e exclui todos os canais abertos) cresceu em média 20% este ano. A moçada decididamente está indo para os Discoverys da vida, os Cartoons, outros canais infantis, esportivos e culturais.
Parece difícil para alguns diretores globais entenderem que um dos principais motivos dessa fuga de público também pode estar relacionada à perda de qualidade de suas novelas nos últimos dez anos. Com exceção de Aguinaldo Silva, ainda capaz de fazer diferença em termos de histórias e ibope, a maioria dos autores da Globo parece estar sofrendo de falta de inspiração crônica.
São tramas que se repetem, vilões sempre caricatos (vide o que se tornou o personagem de Gabriel Braga Nunes em “Em Família”), atrizes protagonistas que não agradam nem um pouco (vide Bruna Marquezine, que parece mais preocupada em postar selfies fazendo bico de pato com Neymar do que em atuar) e sempre a nova “modinha” na emissora: novela está em baixa no ibope? Não está criando repercussão nas redes? Estão criticando? Então vamos lá, vamos incluir no roteiro um beijo gay que fica tudo certo. É constrangedor para um canal que já bradou em prosa e verso seu “padrão de qualidade”. Como se beijo gay fosse a última salvação para histórias ruins.
Um dos produtos que mais perdeu audiência e qualidade nos últimos dez anos, de longe, é “Malhação”. Antes considerada um “celeiro” de novos artistas, e responsável por alavancar o ibope em horário nobre, a novelinha infantojuvenil virou um verdadeiro pastelão sem sal. Além disso, praticamente não há mais nenhuma estrela “descoberta” pela produção. Pelo contrário: essa nova geração de atores é sofrível.
Que no passado (muito remoto, logo depois que a Terra esfriou) “Malhação” chegava a dar 30 pontos. Hoje, quando ocorre de dar dois dígitos, os diretores abrem champanhe e comem caviar.
Não pode beber champanhe no Projac.
Nenhum comentário:
Postar um comentário