Segundo um alto executivo da Globo, trocar a "Tela Quente" por séries seria típico de um raciocínio de TV local, não de uma rede nacional. O país não está tão rico e avançado quanto São Paulo, onde 50% dos domicílios já têm TV por assinatura.
Nos últimos anos, o comportamento do telespectador de São Paulo se descolou do restante do país: há muito mais zapping na TV aberta e consumo de TV paga e TV pela internet em São Paulo. "O desafio da Globo hoje é entender os fenômenos regionais e olhar o todo. A emissora tem de ser competitiva em São Paulo sem deixar de atender a todo o país", diz um executivo da emissora.
Por que a audiência da Globo em Porto Alegre é bem maior do que em São Paulo, apesar de a capital gaúcha também ter bons índices de penetração de TV paga e internet? Qual o consumo de filmes pela Netflix em Vitória (ES) e o impacto que isso gera no PNT, o Ibope nacional? Essas são duas das perguntas que martelam as cabeças pensantes da Globo atualmente.
No caso da "Tela Quente", a audiência caiu de 35 pontos em 2004 para 20 em 2013. Nas últimas quatro semanas, a média foi de 18,5. Isso não é menos do que a Globo consegue às terças na média de "Tapas & Beijos", "Pé na Cova" e "Profissão Repórter".
Para agradar ao público mais "sofisticado" dos grandes centros urbanos, a cúpula da Globo cogitou criar uma faixa de séries curtas às segundas, entre a novela e o filme, com duração de 25 minutos. Mas a ideia não avançou. O filme terminaria ainda mais tarde, empurrando o "Programa do Jô" para a metade da madrugada. Decidiu-se deixar tudo como está.
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