Edir Macedo, dono da rede e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, deu o aval há quase um ano para que o RecNov seja negociado e a produção própria de novelas, encerrada. O motivo é o prejuízo que a teledramaturgia dá à emissora: custa R$ 400 milhões por ano e fatura menos de R$ 100 milhões.
Segundo uma alta fonte na emissora, a Record investiu cerca de R$ 650 milhões na expansão do RecNov, que tinha apenas três estúdios em 2005. Mas o valor contábil do complexo é de pouco mais de R$ 300 milhões.
Originalmente, o plano da Record era fechar o RecNov e descontinuar a produção própria de novelas após "Pecado Mortal", caso a novela de Carlos Lombardi não recuperasse a audiência da teledramaturgia diária da emissora, em desgraça desde abril de 2012, quando estreou "Máscaras". Com média de 5,6 pontos na Grande SP, "Pecado Mortal" é um fracasso. Mas os bispos que comandam a emissora convenceram Edir Macedo a investir em mais duas novelas, enquanto se prospectam possíveis interessados no RecNov.
"Vitória", próxima produção da emissora, com estreia prevista para maio, e a bíblica "Os Dez Mandamentos", com cem capítulos, poderão ser as últimas novelas do RecNov. A não ser que deem médias acima de 10 pontos, algo que não acontece na Record desde 2011.
A Record já ofereceu o RecNov para pelo menos dois grandes grupos. Um deles foi a Televisa. O grupo mexicano, no entanto, não se interessou em investir em coproduções no complexo de estúdios, devido aos altos custos dos capítulos de novelas no Brasil.
Uma eventual venda do RecNov, que já chegou a empregar 2.500 profissionais, não significa que a Record abandonará a teledramaturgia. A emissora tem estudos que mostram que terceirizar a produção reduz os custos de novelas em até 35%. Esse deverá ser um caminho. E a rede não pretende deixar de realizar séries e minisséries bíblicas, que têm tido audiências satisfatórias. Mas fará isso com produtoras independentes.
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