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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Rachel Sheherazade diz que SBT planeja nova atração na qual ela poderá dar opinião


Rachel Sheherazade: ela aceita ler editoriais escritos por terceiros
Foto: Terceiro / SBT/Lourival ribeiro
Três dias depois da divulgação da informação de que seus comentários estavam vetados no telejornal “SBT Brasil”, Rachel Sheherazade (foto) conta que a decisão foi tomada numa “reunião de cúpula da emissora” e que o objetivo foi proteger sua imagem. Ela destaca, no entanto, que a medida não é definitiva e que pretende prosseguir no canal de Silvio Santos, onde tem contrato até o ano que vem. A jornalista adianta ainda que a emissora tem projetos de criar um programa para ela apresentar, num formato novo, aliando opinião e informação. A âncora se envolveu numa série de polêmicas por conta das opiniões que emitia no telejornal. A maior delas foi quando comentou o caso do rapaz acusado de roubo que foi preso pelo pescoço a um poste no bairro do Flamengo por justiceiros. A seguir, numa entrevista por e-mail, Rachel fala sobre as razões da mudança do modelo do jornal.
 
Como você foi informada de que não poderia mais ler editoriais escritos por você no telejornal "SBT Brasil"?
Tivemos uma reunião com a cúpula da emissora, e essa solução nos foi apresentada para proteger a minha imagem profissional. A suspensão dos comentários foi uma estratégia de recuo diante de tantas pressões pelas quais venho passando. Mas nada é definitivo. Gosto daquela máxima que diz: “Às vezes, é preciso dar um passo atrás para poder dar um salto à frente”. E eu quero ir muito além de onde estou.

Em entrevistas anteriores, você afirmou que havia sido contratada pelo SBT justamente por dar suas opiniões, sem ter medo de provocar polêmica. O que mudou?
Mudou o modelo do telejornal. Isso é muito comum em televisão. Há 3 anos, o SBT inovou mais uma vez seu telejornalismo apresentando um jornal plural, opinativo, com os âncoras e comentaristas se posicionando diante dos fatos. O público aprovou. Nossa audiência cresceu. Os anunciantes fazem fila para entrar no nosso horário comercial. A fórmula de reunir, em um único produto, notícias e opiniões foi um sucesso. Mas, a televisão é um mundo em constante movimento. É preciso estar preparado e aberto a toda mudança.

Silvio Santos falou diretamente com você?
Ainda não.

A assessoria do canal informou que, talvez, você leia editoriais escritos pela equipe do telejornal. Como se sente em relação a isso?
Fico muito à vontade para fazer isso, afinal, todos sabem que um editorial não é a opinião do jornalista, mas do jornalismo da emissora. E ler editoriais é uma das funções do âncora de TV.

Tem ideia do que acarretou essa mudança? Foi a pressão do público?
O público nunca pediu o fim das opiniões.

Houve pressão de anunciantes?
Não houve pressão dos anunciantes. A única pressão foi política, vinda de dois partidos PSOL e PCdoB, que ingressaram com representações contra minhas opiniões na tv aberta. Tanto o deputado Ivan Valente quanto a deputada Jandira Fegahli pedem meu afastamento da televisão.

Acha que essa mudança vai fazer você perder sua característica principal como âncora?
Não. A forma de um jornal não muda a essência do seu jornalista. Continuo sendo uma profissional independente, corajosa e de opinião.

O SBT planeja outra atração para você, onde você possa dar suas opiniões fora da bancada?
Sim. Há planos da emissora de um programa apresentado por mim que possa aliar informação e opinião, num formato novo.

Você vai continuar no canal, mesmo após essa mudança? Até quando vai o seu contrato? Foi procurada por outras emissoras? Quais?
Tenho contrato com a emissora até 2015 e é no SBT que pretendo continuar a atuar. Confio nos projetos que a empresa tem para mim no futuro.


http://oglobo.globo.com/_img/o-globo.png

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