Chamou atenção na Rede Globo, durante as tomadas de decisão para a chamada "operação-resgate" de "Em Família",
o fato de que Marina (Tainá Muller na foto acima junto com Giovanna Antonelli) e Clara têm
torcida bem menor que Félix e Niko, personagens responsáveis pelo
primeiro beijo gay das novelas da emissora. Não é preciso ir muito
longe, no entanto, para entender o por quê. O problema é de trama.
Mesmo com duas atrizes belas e talentosas conduzindo a história, é compreensível que ocorra um estranhamento na relação entre as duas. A questão é moral, sim, não de preconceito. Pensemos: Clara é uma mulher casada com um homem lindo - ainda que relapso - e tem um filho pequeno. Tem formada uma família, que busca pela melhoria de vida - Cadu (Reynaldo Gianecchini) tenta abrir um negócio próprio - e enfrenta empecilhos como qualquer outra. Não há infidelidade, há uma relação morna. Aos olhos do espectador, a assistente de Marina, a priori, não tem grandes problemas.
Ocorre que ela se apaixonou perdidamente por outra mulher. A partir daí, quer abrir mão do relacionamento, tem cuidado menos do filho - já que passou a trabalhar - e pior: quer deixar o marido justamente no momento em que ele descobre sofrer de uma grave doença cardíaca. Ora, visto por esse prisma, Clara parece uma grande traíra. A infiel é ela, deve pensar boa parcela do público. Há um claro pudor em torcer por alguém que acaba com uma família "tradicional" e abandona o companheiro enfermo.
Façamos um exercício: não fosse Clara casada, apenas namorasse um rapaz, o choque entre alas mais conservadoras não seria menor? Provavelmente. Não estivesse Cadu doente, o caminho não ficaria mais livre? De certo que sim. Manoel Carlos pôs seu público em posição desconfortável neste caso específico. Sim, espectadores de novela são conservadores e já mostraram isso quando rejeitaram a Helena de "Viver a Vida", que era modelo, linda e rica e, ainda assim, só reclamava.
Obviamente, o casal "Clarina", como vem sendo chamado na internet, tem fãs e torcida fiel. Mas está longe do fenômeno que foram seus antecessores Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso), infelizmente. Em "Amor à Vida", ambos já estavam livres de suas amarras quando se encontraram e mobilizaram uma multidão de pessoas cruzando os dedos por um final feliz.
A Globo já percebeu o problema. Tratou de aliviar a doença de Cadu e fará com que ele se envolva com Silvia (Bianca Rinaldi). Resta saber se esta gambiarra funcionará.
Mesmo com duas atrizes belas e talentosas conduzindo a história, é compreensível que ocorra um estranhamento na relação entre as duas. A questão é moral, sim, não de preconceito. Pensemos: Clara é uma mulher casada com um homem lindo - ainda que relapso - e tem um filho pequeno. Tem formada uma família, que busca pela melhoria de vida - Cadu (Reynaldo Gianecchini) tenta abrir um negócio próprio - e enfrenta empecilhos como qualquer outra. Não há infidelidade, há uma relação morna. Aos olhos do espectador, a assistente de Marina, a priori, não tem grandes problemas.
Ocorre que ela se apaixonou perdidamente por outra mulher. A partir daí, quer abrir mão do relacionamento, tem cuidado menos do filho - já que passou a trabalhar - e pior: quer deixar o marido justamente no momento em que ele descobre sofrer de uma grave doença cardíaca. Ora, visto por esse prisma, Clara parece uma grande traíra. A infiel é ela, deve pensar boa parcela do público. Há um claro pudor em torcer por alguém que acaba com uma família "tradicional" e abandona o companheiro enfermo.
Façamos um exercício: não fosse Clara casada, apenas namorasse um rapaz, o choque entre alas mais conservadoras não seria menor? Provavelmente. Não estivesse Cadu doente, o caminho não ficaria mais livre? De certo que sim. Manoel Carlos pôs seu público em posição desconfortável neste caso específico. Sim, espectadores de novela são conservadores e já mostraram isso quando rejeitaram a Helena de "Viver a Vida", que era modelo, linda e rica e, ainda assim, só reclamava.
Obviamente, o casal "Clarina", como vem sendo chamado na internet, tem fãs e torcida fiel. Mas está longe do fenômeno que foram seus antecessores Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso), infelizmente. Em "Amor à Vida", ambos já estavam livres de suas amarras quando se encontraram e mobilizaram uma multidão de pessoas cruzando os dedos por um final feliz.
A Globo já percebeu o problema. Tratou de aliviar a doença de Cadu e fará com que ele se envolva com Silvia (Bianca Rinaldi). Resta saber se esta gambiarra funcionará.
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