Meio & Mensagem » O que o público pode esperar de "Pecado Mortal", que estreia nesta quarta-feira, 25, na Record?
CARLOS LOMBARDI» Uma novela é sempre uma junção de várias histórias. Desta vez, quis exercitar um tom diferente e aumentar a quantidade de drama e ação realista. Trata-se de uma trama de época, passada nos anos 1970 e que fala sobre o momento em que os bicheiros perderam o poder nos morros cariocas para os traficantes. A novela gira em torno da guerra entre duas famílias. Quase todos os personagens se desenvolvem nesse eixo. Fomos muito lentos e cuidadosos com a escalação do elenco. A Record tinha um casting muito bom e 85% das pessoas escaladas já estavam contratadas pela emissora. Contratamos de fora quem não estava na TV e uns cinco atores que estavam em fim de contrato com a Globo.
M&M » O custo de produção de uma telenovela no Brasil é muito caro. Isso atrapalha o processo criativo do autor?
LOMBARDI» Não é que atrapalha, mas condiciona. Preciso saber quantos estúdios tenho, quantos cenários dá para montar durante um período. Tudo isso limita um pouco. É uma produção em linha de montagem e o autor sempre força um pouco. No começo vale tudo, mas, depois do capítulo 15, começo a controlar o trânsito dos protagonistas, pois eles gravam mais e, se você não fizer isso no início, no capítulo 50 começa a pifar gente (risos). O autor gerencia a capacidade de produção. Na Record, estou com uma equipe muito boa, com uma frente um pouco maior do que normalmente trabalho, pois a emissora precisa de um tempinho a mais de pré-produção.
M&M » Depois de mais de 30 anos na Globo, você decidiu mudar de emissora. Qual foi o fator decisivo para essa mudança?
LOMBARDI» Meu foco não foi sair da Globo, e sim entrar na Record. Achava muito difícil escrever uma novela das sete, uma comédia romântica, sem me repetir. A questão da classificação indicativa tem sido muito evasiva. Acho ilegal, pois a Constituição diz que não temos censura no Brasil. Hoje, por exemplo, já não poderia escrever a novela "Quatro por Quatro" no horário das 19 horas. A proposta da Record me dava um horário, um objetivo e culminava com essa minha vontade de trabalhar em um horário um pouco mais tarde, para que eu me preocupasse menos com a questão da classificação indicativa. A emissora também me prometeu — e cumpriu — que eu voltaria a trabalhar com grandes profissionais com os quais já havia trabalhado, e que estão na Record. Gostei disso, me deu conforto, então fui ao encontro do que queria fazer.
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