Protagonizada por Ângelo Paes Leme (foto), “José do Egito” mostrará, em 26 capítulos e com elenco de 40 atores, uma passagem do livro Gênesis, do Antigo Testamento, que trata da trajetória de José (não confundir com o pai de Jesus Cristo), o preferido do patriarca Jacó (Celso Frateschi). Devido ao dom de interpretação dos sonhos, ele cai nas graças do faraó (Leonardo Vieira) e passa de escravo a governador ao evitar que o Egito enfrente sete anos de seca. Para reconstituir esse enredo épico, a Record construiu duas cidades cenográficas nos estúdios RecNov, no Rio de Janeiro. Uma delas reproduz a cidade de Avaris, e é a maior já feita pela emissora, com 5,5 mil metros quadrados. Inclui um canal de 100 metros, que imita à perfeição o sistema de distribuição de água na época.
Como a história também se passa em Israel, algumas cenas foram rodadas lá. A maior parte dos fatos ocorridos em chão israelense, no entanto, foram registrados no deserto do Atacama, no Chile, pela semelhança climática e geológica. Tudo foi registrado por uma câmera digital Arri-Alexa, a mesma utilizada em filmes como “Os Vingadores” e “A Invenção de Hugo Cabret”. “Ao se filmar com uma câmera de televisão comum nada fica nítido em condições de luz intensa. Com a Arri-Alexa é possível distinguir a areia, o sol, o céu”, diz Avancini. Sem se preocupar com gastos, ele foi liberado para incendiar, por 20 vezes, a cidade cenográfica menor. Segundo o diretor, essas foram as cenas mais difíceis de serem registradas e irão ao ar já no segundo capítulo.
Equipe técnica e elenco valeram-se da consultoria de dois historiadores, um especializado em textos bíblicos, outro em egiptologia. As referências estéticas, no entanto, são mais atuais. “Os filmes bíblicos não só saíram de moda como ficaram datados. Meu modelo para o cenário e a interpretação é mais moderno, fui buscar em ‘O Gladiador’ e na série ‘Game of Thrones’”, diz o diretor. O elenco também teve consultoria de Sergio Penna, famoso por ser preparador de cinema, tendo trabalhado em “Carandiru” e “Gonzaga – de Pai pra Filho”. Com esse mesmo acabamento e visual de superprodução, a emissora já prepara dois novos títulos: um sobre Moisés e outro sobre Jesus.
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