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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Crítica: "José do Egito" capricha na fotografia, mas esquece atores

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Às 13h03min: "José do Egito" reafirma o esforço da TV Record, já demonstrado em "Rei Davi", para avançar em produções bíblicas.
No ar desde ontem, a nova minissérie traz uma fotografia que beira o espetacular em muitos momentos, principalmente nas cenas gravadas em locações.
A direção de Alexandre Avancini foi esperta ao criar uma metáfora visual.
Quando Siquém (Paulo Nigro) vê Diná (Marcela Barrozo) num mercado de rua, aparece antes uma ave de rapina. Há um jogo entre o apuradíssimo olhar da ave e o olhar de Siquém. É como se Siquém fosse uma águia e Diná, sua presa.
Mais tarde, pouco antes de Siquém estuprar Diná (foto da cena), outra ave, uma coruja, aparece para dar o alerta de perigo. Ponto para "José do Egito".
Mas o primeiro capítulo da minissérie mostrou que há ainda muito o que evoluir na teledramaturgia da Rede Record. O texto e a atuação de alguns atores não estão à altura de outros departamentos da produção, como a fotografia, que importou câmeras Arri Alexa do cinema.
Há um desnível muito grande entre Celso Frateschi (Jacó) e Denise Del Vecchio (Lia), de um lado, e boa parte do elenco. A interpretação de Paulo Nigro na cena em que Siquém conta ao pai que violentou Diná é de chorar.
Os telespectadores mais exigentes sentem falta também de investimento em prosódia. É estranho ver um personagem que viveu há 3.700 anos falando com sotaque carioca. Um intenso trabalho de pesquisa e de treino no modo de falar dos povos e épocas retratados daria maior autenticidade à história.
O roteiro foi apenas didático. Apresentou os personagens e os conflitos principais.

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