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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Boni diz em entrevista que a Rede Record nunca vai chegar a Rede Globo

http://odia.ig.com.br/portal/diversaoetv/fotos/11/11/27_boni_575.jpg
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (foto), o Boni, escreveu um livro. Editado pela Casa da Palavra, "O Livro do Boni" será lançado na quarta-feira, no Copacabana Palace. No começo da obra, ele avisa que não há informações bombásticas dos bastidores da TV Globo.  
“Conto histórias fazendo uma homenagem à TV. É um hino de amor à profissão”, disse Boni à coluna. Na entrevista a seguir, um dos maiores especialistas da televisão brasileira fala sobre a obra, mas também faz uma análise da TV e diz que não gosta do ‘Fantástico’.
“Colocaria o ‘Fantástico’ de volta à grade da Globo”, afirmou. Para ele, o dominical perdeu a identidade com o passar dos anos. E Boni ainda dá dicas para a Record alavancar sua audiência.

Como surgiu "O Livro do Boni"?
Sofri várias pressões. Minha mulher (Lou de Oliveira) disse que se eu não escrevesse, ela escreveria. Achei aquilo uma ameaça (risos)! Depois foi a vez do Ricardo Amaral começar a me pressionar. Ele praticamente apontou uma arma na minha cabeça. Aí, eu escrevi.

Quanto tempo levou para ficar pronto?
Quatro meses. Virava dias e noites escrevendo. Além das minhas memórias, tinha que pesquisar datas.

Alguma história bacana ficou de fora?
Muitas! Cortei alguns capítulos porque a obra já estava com 429 páginas...

Então conta alguma para a gente?
O Dr. Roberto (Marinho) não permitia que ninguém entrasse na sala dele sem paletó. Só eu entrava de camisa polo. Ele dizia que eu era um caso perdido.

No começo do livro, o senhor diz que não há informações bombásticas. Acha que essa é a expectativa de quem vai comprar o livro?
Não existem essas bombas! Todos os segredos da TV Globo já foram revelados (risos). Mas têm algumas informações que não são de conhecimento público. Tem um capítulo em que fica claro o motivo que levou o Jô Soares a sair da emissora (Jô queria um talk-show de segunda a sexta, que entrasse no ar, no máximo, às 23h30min, e Boni disse que isso era inviável). E tem um capítulo em que eu falo sobre o Chacrinha.

O episódio que conta que Chacrinha promoveu um concurso de pulgas e o prédio da Globo teve que ser dedetizado depois é muito engraçado...
Ele fez aquilo para me provocar! Chacrinha era um homem carinhoso, mas duro na queda. Ele tinha uma teimosia crônica. Era difícil mudar a cabeça dele.

O senhor fala sobre a intervenção da igreja na TV Globo, no episódio do casamento de uma galinha do "TV Pirata". Como vocês lidavam com a igreja?
Dr. Roberto tinha uma habilidade incrível para contornar os problemas. Ele colocou a missa aos domingos de manhã na TV.

A única parte que fala da sua vida pessoal relembra a infância. E o senhor diz que seu pai sempre trazia chocolate Diamante Negro para o senhor. Ainda é fã do chocolate?
Sou. Para mim, o Diamante Negro é melhor do que qualquer chocolate suíço!

O senhor assiste ao Canal Viva? Revê suas produções?
Não vejo. Passo por lá rapidamente, mas não paro para assistir porque não gosto de olhar para trás.

De qual produção o senhor sente saudade na TV atual?
Sinto falta do "Sítio do Picapau Amarelo", do "Vinícius para Crianças" e do "Pirlimpimpim". Acho que faltam boas produções infantis. Mas o mercado de anunciantes para crianças ficou escasso. É mais fácil anunciar para as donas de casa.

Que programa antigo o senhor colocaria de volta na Globo?
O ‘Fantástico’.

Hã?
O ‘Fantástico’ era um mosaico. Tinha dramaturgia, comédia e música. Eu faria um ‘Fantástico’ mais rico.

O senhor assiste ao "Big Brother Brasil"?
De vez em quando. Acho que o Boninho faz o melhor "BBB" do mundo, mas não gosto do texto dos participantes (risos). Eu prefiro um texto do Dias Gomes.

O que o senhor faria para alavancar a audiência da Record?

Venderia! Entregaria a Record para um grupo não religioso e contrataria profissionais de verdade para trabalhar.

A estratégia da Record de querer ser a Globo é correta?

Não. A Record nunca vai chegar à Globo. Ela não tem que ter a mesma grade que a Globo. Tem que ter horários diferentes.

Se houvesse um convite da Record o senhor aceitaria?

Não. Só aceitaria se vendessem a estação para mim. Eu não tenho dinheiro para comprar, mas garanto que tenho quem compre.

O senhor tem quatro filhos. Dois deles são conhecidos do público. O Boninho por ser diretor da Globo e o Diogo por causa da TV Vanguarda. Quais são as principais diferenças entre Boninho e Diogo?
O Boninho entende de TV. E o Diogo é mais voltado para Internet e marketing.

As pessoas dizem que o senhor fez grandes coisas na TV brasileira, mas também fez o Boninho. O que o senhor acha dessa máxima?
Acho que o Boninho faz parte das grandes coisas que eu fiz na televisão brasileira.


Léo Dias

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