Clique aqui e assista ao vídeo que motivou este comentário.
Conheci pessoalmente o bispo Renato Suhett durante a prisão do bispo Macedo nos anos 90. Fui visitá-lo lá na prisão, e participei do manifesto na câmara legislativa de SP pela sua libertação. Lá assisti ao bispo Gonçalves afirmar que aquela perseguição acontecia por causa da aquisição da Record, e o vi assumir o compromisso diante de várias lideranças evangélicas de que a emissora seria um instrumento de evangelização, disponível para outros denominações além da IURD. À época, já começava a questionar alguns dos expedientes usados pela IURD. Porém, percebia que algo estava mudando durante a gestão do Suhett como bispo responsável do Brasil. A igreja estava mais voltada para a Palavra, sem tanto uso de amuletos e sacrifícios. Falava-se mais de amor, de perdão, de arrependimento. De repente, o Suhett sumiu. Já não se ouvia falar dele. Fiquei sabendo depois que a direção da IURD o havia enviado para San Diego, California. Sob nova direção, a Universal retomou sua trajetória característica.
Neste ínterim, tive minha experiência com a graça de Deus, relatada no vídeo postado na lateral do blog. Tempos depois, enquanto esperava por minha filha e esposa no estacionamento da ABBR no Jardim Botânico, RJ, tive a grata surpresa de identificar a voz de Renato Suhett na rádio 93 FM. Glorifiquei a Deus quando o ouvi falar sobre seu encontro com a graça e a mudança que seu ministério sofrera. Até aquele momento, Suhett falava da graça com muita ternura e equilíbrio. Por conta disso, teve que sair da IURD e fundar sua própria igreja. Torci muito por seu êxito, embora nunca tenhamos trocado uma única palavra.
Infelizmente, ele foi beber em outra fonte. Em vez de buscar mais conhecimento da graça em fontes confiáveis como os reformadores protestantes, Suhett acabou bebendo de uma fonte turva chamada José Luis de Jesús Miranda, um portorriquenho que se dizia apóstolo, e que mais tarde passou a se identificar como o próprio Jesus numa segunda encarnação.
O ministério de Suhett deu uma guinada, mas a meu ver, negativa. Deixou de celebrar a Ceia, o Batismo, e passou a proclamar a graça de maneira deturpada, completamente estranha àquela graça pregada durante a Reforma.
Foi constrangedor pra mim, pois muitos, ao me ouvirem falar sobre a graça, confundiam-na com aquela outra "graça". Mesmo assim, não deixei de orar por ele e desejar que voltasse ao equilíbrio doutrinário.
Posteriormente, Suhett enveredou-se pelo esoterismo, e a igreja por ele fundada deixou de ser chamada "Igreja do Senhor Jesus Cristo", para se chamar "Igreja Esotérica do Senhor Jesus Cristo". Ninguém entendeu nada! Símbolos maçônicos e egípcios substituíram os motivos cristãos. Seu casamento foi por água abaixo. Perdeu gente, pastores, discípulos, e quase perdeu a vida.
Um amigo que temos em comum o encontrou lhe desafiou a voltar-se para Cristo. Vendo na situação em que estava sua vida, em vez de voltar à graça pura e simples do Evangelho, Suhett resolveu retornar à IURD. Os bispos iurdianos não perderam tempo. Receberam-no de braços abertos, para usá-lo como exemplo do que acontece com bispos e pastores que deixam aquele ministério. Seu testemunho caiu como uma luva para que fosse usado para tentar deter o avanço da Igreja Mundial do apóstolo Valdemiro.
Qual foi minha surpresa quando deparei-me com seu comentário em meu vídeocast. Comemorei o fato dele ter caído em si e rompido de vez com aquele sistema adoecido. Porém, soube que estaria ingressando nas fileiras da Mundial. Não sei se é verdade ou não. Mas, sinceramente, gostaria que retomasse o caminho daquela graça maravilhosa que o cativou no início. Oro por ele, como oro por todos eles. Vejo nele um potencial extraordinário, e sei que, se de fato ele teve um encontro com a genuína graça, mais cedo ou mais tarde, ele retornará.
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