O presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho, defendeu a aprovação do PL 116 (antigo PL 29), apesar de manter as críticas às cotas de conteúdo nacional previstas no projeto. “O projeto de lei estabelece que quem programa e produz não distribui, e vice-versa. E isto é o que importa”, preveu. Ao mesmo tempo em que aceita o ingresso do capital estrangeiro no mercado de TV a cabo, Marinho defendeu a urgente adoção do conceito previsto na Constituição brasileira, de que empresas jornalísticas só podem ser dirigidas por brasileiros, inclusive na internet.
Marinho disse que aplaudia a Abert (que representa emissoras de rádio e TV comerciais) e a ANJ (associação dos jornais), que acionaram a Justiça para que a Constituição fosse respeitada em relação a novas mídias. “Ao longo de sua história o grupo que presido não tem nada de xenófobo, temos excelentes parcerias com empresas estrangeiras, mas hoje há uma tentativa de burlar a lei e não há nação soberana e democrática que entregue a estrangeiros a formação de seu cidadão", declarou.
No novo cenário que se desponta para as telecomunicações, marcado pelo crescimento dos serviços de TV por assinatura, e pela real possibilidade de entrada das teles nesse mercado, a parte que caberá à Globo será produção e programação, afirmou ele, durante a abertura do Congresso ABTA em 2010, hoje em São Paulo. “Programar é um negócio, distribuir é outro”, enfatizou, lembrando que a Globo já vendeu parte do negócio de distribuição.
“De um jeito ou de outro, o fato de produtores e programadores brasileiros concorrerem com gigantes internacionais, e mesmo assim terem êxito, como é o caso da Globosat, é um orgulho”, afirmou, para “lamentar” que o Brasil não tenha enfrentado questões fundamentais para o setor. Citou especificamente o artigo 222 da Constituição, que se refere a empresas jornalísticas e “é claro ao determinar que essas empresas devem ser controladas por brasileiros.”
Fonte: Plantão - Tele Síntese (Miriam Aquino e Fatima Fonseca às 18h16min - 10/08/2010)
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