Em debate na semana passada, executivos de programadoras e operadoras de canais pagos não apenas reafirmaram que as reprises fazem parte do negócio, para reduzir custos. Revelaram também que, em muitos casos, elas dão mais audiência do que programas inéditos, apesar de serem um dos principais motivos de reclamações contra a TV paga.
"Muitas vezes, uma repetição dá mais audiência do que estrear um novo conteúdo", afirmou Fernando Medin, diretor-geral da Discovery Networks, em painel na feira e congresso da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura). "É lógico que [a repetição] incomoda, mas, se incomodasse tanto, refletiria na audiência", acrescentou Bianca Maksud, gerente de produtos da Globosat.
A repetição é "inerente" ao negócio da TV paga, disse Fernando Magalhães, diretor de programação da Net. "Se você vê um filme por dia, vê toda a produção mundial".
As reprises vieram à tona em um debate sobre os novos canais em alta definição. Há, basicamente, três modelos de canais HD: os stand alone, que oferecem uma programação diferente dos canais standard (caso do Discovery HD Theather), os simulcast (ou espelhos dos convencionais, caso do Max HD e do Megapix HD) os superstation (Globosat HD). Ou seja, os canais espelhos tendem a ampliar ainda mais o número de reprises.
Segundo Medin, para haver canais HD idêntidos aos standard (SD) é necessário haver "massa crítica". Por enquanto, a TV paga brasileira tem em alta definição apenas 581 mil dos 8,4 milhões de domicílios assinantes. Segundo ele, em mercados desenvolvidos como os EUA e o Japão os canais simulcast só surgiram recentemente. Nos EUA, em 2007. No Japão, em 2008.
Para a Net, o problema de se carregar simultaneamente canais HD e standard é o aumento de custo. Um canal HD ocupa três vezes o espaço de um SD.
"Investir em HD é importante para captar as novas gerações, que estão no celular, no Ipad, nas redes sociais", afirmou Medin.
Fonte: blog Daniel Castro - R7.com (Daniel Castro às 06h)
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