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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Na Rede Record, novela tem que matar leão, diz Marcílio Moraes

http://noticias.r7.com/blogs/daniel-castro/files/2010/06/Marcilio-Moraes-Michel-Angelo-1-201x300.jpg
Autor de "Ribeirão do Tempo", Marcílio Moraes, 65 anos, está tentando escrever uma novela diferente. Reconhece ser impossível fugir do maniqueísmo, mas já correu riscos ao colocar no ar um vilão que se apresentou na pele de um personagem que, inicialmente, parecia ser vítima.
Idealista (foi um "ícone de 1968"), perseguido pela ditadura militar, o professor Flores, interpretado por Antônio Grassi, teve a mulher, Dirce (Françoise Forton), brutalmente assassinada nos primeiros capítulos. Quando a trama parecia lhe mostrar o destino do típico perdedor, Flores revolou-se do mal. Utópico alucinado, como define Moraes, é o arquiteto de uma grande conspiração que pode levá-lo à Presidência da República.
Nesta entrevista exclusiva ao R7, Marcílio Moraes, fala da trama e da narrativa de Ribeirão do Tempo e da dificuldade de conquistar o público às 22h e na Record.

R7 - A audiência (dez pontos de média na Grande São Paulo) até agora decepcionou ou era esperada?

Marcilio Moraes - Minha expectativa não era alta no começo, não. Sinceramente, eu achava que não era uma novela para estourar logo nos primeiros capítulos. Eu conduzi a história de uma maneira suave, leve. Foi uma estratégia minha. Claro que eu contava que [a audiência] fosse um pouco mais alta. Foi um pouco mais baixo do que supunha, mas não muito.

R7 - Por que essa estratégia?
Moraes - Porque é uma história complicada. Eu achei que tinha de começar devagar. Mesmo porque não estava achando outro jeito de ir colocando a vida da cidade, construindo os pressupostos daquilo que vem adiante, apresentar os personagens, sem grandes conflitos, sem conflitos acirrados de início. Então eu tinha uma ideia de que [a audiência ia evoluir] lentamente, que o telespectador iria aderir lentamente, ou mais lentamente. É difícil prever.
Na Record é muito mais difícil. Cada novela tem que batalhar o seu espaço, entendeu? Não tem jogo.

R7 - Não tem tanta audiência estática...
Moraes - Não tem aquela fidelização que a Globo conseguiu ao longo de 40 anos. Na Record, cada nova novela tem que matar o leão.
É um horário difícil o das 22h. O público é muito errático. Até você conquistar, segurar o público, leva algum tempo. Errático no sentido de que ele não está fidelizado com muita coisa. "A Grande Família" tem um público fiel, mas o resto [dos programas] não tem, não. O futebol, se o jogo é bom, tem jeito, se não, é fraco. "Casseta & Planeta" é uma coisa específica, tem um pessoal que gosta, outro que não gosta. O filme [da "Tela Quente"] que agrada muito é bom. Isso na Globo. Na Record também, para colocar uma novela ali você tem que conquistar o seu espaço.
Então me preocupei em contar minha história sem criar grandes artifícios para segurar o público. Eu achei que não ia valer muito a pena.

R7 - Você já deu dicas desse não naturlismo logo no primeiro capítulo, com o velho do rio, a menina que se veste de menino...
Moraes - É, tem umas figuras bem ficcionais. São dicas de que não estou tão compromissado com o naturalismo, que posso abrir, posso viajar um pouco.
Isso tudo eu acho que prejudica a questão da audiência. Prejudica não, exige uma audiência mais atenta, por isso a adesão é mais lenta, por causa da ironia. Mas eu trabalho com todos os elementos do folhetim para segurar o telespectador, mas não estão tão óbvios, pelo menos neste início, tem muitas nuances.

R7 - As novelas da Record levam mais tempo para se apresentar?
Moraes - Foi o que eu disse no início. Na Record, leva tempo. "Vidas Opostas", por exemplo, foi um sucesso, mas padeceu uns dois meses, até que um dia bateu a Globo e aí explodiu. "Essas Mulheres" também teve um começo difícil. Outras novelas também, como "Os Mutantes". Cada novela tem que chegar e conquistar o seu público.
A entrevista completa vocês podem ler clicando no título dessa postagem.

Fonte: blog Daniel Castro - R7.com (Daniel Castro às 06h - 27/06/2010)

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