Não critérios a ocupação religiosa nos veículos de comunicação

Ontem, no texto de abertura da sua coluna na Folha de S.Paulo, Daniel Castro informou que o SBT, via Guilherme Stoliar, foi se entender com o ministro Helio Costa, das Comunicações, contra a invasão das igrejas evangélicas na TV. Tema que o Ricardo Feltrin também abordou recentemente no Ooops! do UOL.
E, neste nosso espaço, muito já se falou sobre o assunto, sem que nenhuma das nossas autoridades se dignasse a tomar qualquer providência. Na verdade, no meio disso, observa-se, existem inúmeros outros interesses. E votos. Isso, ao que parece, é que importa.
O mesmo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, depois de arrendar o canal 21, junto ao Grupo Bandeirantes, hoje se dá ao luxo de apresentar o seu culto em várias redes de TV simultaneamente. Impossível calcular o preço disso. Ou imaginar quantas "toalhinhas do milagre" são necessárias para pagar essa conta. A TV Alagoas, que estava na rede do SBT, foi só mais uma que virou mercadoria nas mãos deste religioso.
Para conseguir qualquer concessão de rádio e televisão no Brasil, o interessado é obrigado a ter ficha limpa. Nada que o desabone civil e criminalmente. De que adianta isto, se na continuidade os espaços das emissoras são vendidos livremente e nada é exigido de quem compra?
Lamentavelmente, são muitas as distorções, e parece que não há nenhum interesse político em se atacar o problema convenientemente.
É o triste fim da grande maioria das rádios e televisões deste país.
Ainda falando sobre isso, o SBT entrou ontem mesmo com uma liminar que obriga a TV Alagoas voltar a transmitir a sua programação. De qualquer maneira, toda a direção da rede, em São Paulo, entende que ainda terá pela frente uma batalha muito difícil.

Fonte: Canal 1 (Flávio Ricco/José Carlos Nery)