Havia uma estimativa de que os primeiros números "consolidados" seriam divulgados este mês, mas isso não deve ocorrer.
Motivo: a metodologia e o estudo de perfil socioeconômico que serão usados pela empresa ainda não foram aprovados pela auditoria da Ernst & Young.
A metodologia, detalhamento de dados e o aval internacional da auditoria seriam os supostos grandes diferenciais entre a empresa alemã e a Kantar Ibope, hoje única empresa que mede audiência de emissoras de TVs abertas e fechadas no Brasil, bem como rádios.
"Vale lembrar que a análise dos dados pela auditoria é um processo demorado e que será constante, portanto permanecerá sendo feita mesmo após o início da divulgação dos dados ao mercado", diz a GfK à coluna, por meio de sua assessoria de imprensa.
Segundo a GfK, "a auditoria é contratada pelos clientes, portanto a GfK não tem interferência nesse processo. De qualquer forma, a GfK não foi informada de nenhum problema com a auditoria até o momento."
PARTO
A chegada da GfK ao Brasil pode ser considerada um verdadeiro "parto" corporativo. A empresa chegou sob as bençãos de quatro emissoras abertas: Record, SBT, Bandeirantes e RedeTV! O objetivo seria acabar com o monopólio do Ibope na medição.
Estima-se que até 2019 essas quatro emissoras terão de investir até US$ 100 milhões na empresa. Porém, logo de cara a Band, envolta em uma crise financeira, deixou o grupo. A Globo, por sua vez, nunca aceitou integrar o pool, pois está satisfeita com a medição atual.
Ainda assim, Record, SBT e RedeTV! Insistiram em manter os investimentos, já que estariam insatisfeitas com o serviço da Kantar Ibope. Embora sem nenhuma prova cabal até hoje, as três emissoras sempre desconfiaram de que o Ibope favoreceria a Globo. A Kantar nega veementemente.
Apesar da demora na entrega dos dados oficiais, esta coluna apurou que a GfK já vem entregando dados iniciais aos seus três clientes, e ainda mantém conversações com a Globo, na esperança de convencer a emissora a também contratar seus serviços.